Dinamarca suspende uso da vacina da AstraZeneca por suspeita de efeitos colaterais

A Dinamarca suspendeu o uso da vacina produzida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a Covid-19. A vacina é uma das principais apostas do governo brasileiro.

A suspensão foi determinada após casos de coagulação sanguínea na Áustria terem sido reportados. Segundo o jornal português Sábado, duas enfermeiras, de 49 e 35 anos, morreram depois de vacinadas com o imunizante da farmacêutica anglo-sueca.

As vacinas faziam parte de um lote específico de 1 milhão de doses que foi distribuído a 17 países europeus. Agora, a imunização na Dinamarca será suspensa durante 14 dias, apontaram as autoridades sanitárias. Até o momento, não há conhecimento sobre casos semelhantes ocorridos no país.

“As autoridades de saúde, devido a medidas de precaução, suspenderam a vacinação com AstraZeneca após um sinal de um possível efeito colateral sério na forma de coágulos sanguíneos fatais. Atualmente não é possível concluir se há uma conexão. Agimos cedo, isso precisa ser investigado minuciosamente”, disse o ministro da Saúde da Dinamarca, Magnus Heunicke, por meio das redes sociais.

A AstraZeneca respondeu às afirmações por meio de nota. “A segurança da vacina foi extensivamente estudada em ensaios clínicos de Fase III e dados revisados por pares confirmam que a vacina é geralmente bem tolerada”, diz a nota da farmacêutica.

Áustria, Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia também suspenderam o uso do imunizante. Os países esperam a investigação conduzida pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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