MP vai apurar se Jovair Arantes furou a fila de vacinação da Covid-19

A 87ª Promotoria de Justiça de Goiânia encaminhou para a Superintendência Judiciária do Ministério Público de Goiás um inquérito instaurado para apurar a notícia de que o ex-deputado federal por Goiás Jovair de Oliveira Arantes teria tomado a vacina da Covid-19 sem observar as normas sanitárias e a lista de prioridade da vacinação.

A investigação deve ir para uma promotoria que atua em vara criminal de crimes que são punidos com reclusão. Por causa do caso, a promotora Marlene Nunes Freitas Bueno expediu uma recomendação ao secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, para que, de agora em diante, a vacinação dos servidores e saúde seja feita mediante conferência da certificação do exercício profissional, conforme especificado no Plano Nacional de Imunização.

A conduta do presidente do Conselho Regional de Odontologia de Goiás, Renerson Gomes dos Santos, foi, também, encaminhada para avaliação no âmbito criminal. A promotora responsável disse que não há comprovação de que a Jovair tenha atuação em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, em contato direto com pacientes, já que este seria o requisito principal.

Ainda de acordo com Marlene Freitas Bueno, a conduta, se confirmada, é de extrema gravidade, por projetar efeitos negativos nos grupos que apresentam maior risco de desenvolver quadros graves da doença ou aqueles que estão sujeitos ao contato direto com o vírus. O suposto desvio da dose, segundo ela, em proveito do ex-parlamentar é conduta que, em tese, se insere no crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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