Vídeo: em bate-boca no STF, Marco Aurélio Mello chama Alexandre de Moraes de “xerife”

Em sessão para julgar a denúncia contra o deputado Daniel Silveira (PSL), acusado de ataque à Suprema Corte, o ministro do STF Marco Aurélio Mello se irritou com os colegas e chamou Alexandre de Moraes de “xerife” e Luiz Fux de “autoritário”.

A discussão se deu pelo pedido de Alexandre de Moraes de adiar a data do julgamento para que a defesa de Daniel se apresente. Então, Marco Aurélio Mello sugeriu que Moraes examinasse a possibilidade de aplicar outra punição no deputado do PSL, que não a prisão preventiva.

A justificativa é que o preso se trata de um membro de um dos três poderes, o legislativo. Mas o ministro Fux, direto do Supremo, não pautou a sugestão de Mello, mas apenas o pedido de adiamento de Moraes.

Alexandre de Moraes, relator da pauta, disse sobre a sugestão: “Eu não trago esse pedido”. Posteriormente, Aurélio protestou argumentando que o relator “tem atos submetidos ao colegiado”. No bate boca acalorado, Mello acaba dizendo que “longe de mim desrespeitar o relator, ainda mais se o relator é um xerife!”.

A Luiz Fux, que continuou não levando em consideração a proposta de Marco Aurélio, ele declarou: “Não aceito mordaça. Vossa Excelência tudo pode, eu já disse que Vossa Excelência é autoritário”.

E terminou: “Paciência! Os tempos são estranhos e Vossa Excelência colabora para que sejam mais estranhos ainda!”.

Veja:

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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