Vaticano diz “não” para bênçãos a uniões homossexuais: “Deus não abençoa o pecado”

Um documento divulgado pelo Vaticano nesta segunda-feira, 15, declarou que é ilícito que os padres da Igreja Católica abençoem uniões entre pessoas do mesmo sexo. O texto foi aprovado pelo Papa Francisco.

“Estão se difundindo projetos e propostas de bênçãos para uniões de pessoas do mesmo sexo”, diz a mensagem, que lembra que “mesmo que tais projetos sejam motivados pela sincera vontade de acolher e acompanhar pessoas homossexuais”, não é possível aprovar o ato sagrado.

“O mesmo a todo tipo de parcerias estáveis (heterossexuais também), que implicam uma prática sexual fora do matrimônio (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher, aberta à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo”, explica a Santa Sé.

O documento argumentou que mesmo que as uniões tenham elementos positivos que “em si são dignos de serem apreciados“, estes elementos não as tornaria honestas, já que eles “se encontram a serviço de uma união não ordenada pelo desígnio do Criador“.

O texto afirma que a proibição não é uma injusta discriminação, e lembra que os pastores da igreja devem acolher com respeito as pessoas com inclinações homossexuais “que manifestem a vontade de viver na fidelidade a Deus“.

A Igreja ainda recordou que “Deus mesmo não deixa de abençoar cada um de seus filhos peregrinos neste mundo”, mas que Deus “não abençoa nem pode abençoar o pecado: abençoa o ser humano pecador, para que reconheça o que é parte da sua vontade de amor e se deixe transformar por Ele”.

E a publicação se encerra com uma frase dita pelo Papa Francisco: “O Senhor aceita-nos como somos, mas nunca nos deixa como somos”.

Leia o texto na íntegra clicando aqui!

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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