MP-GO pede bloqueio de R$ 54,7 milhões de quatro dirigentes da antiga Agetop

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu o bloqueio de R$ 54,7 milhões de quatro pessoas ligadas a antiga Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e da empresa Terra Forte Construtora. O pedido do MP foi motivado por irregularidades encontradas nos aditivos entre a estatal e a construtora, que foi contratada para realizar obras na rodovia GO-230, entre Água Fria e Mimoso de Goiás.

A ação aponta improbidade administrativa já que, segundo as promotoras Leila Maria de Oliveira e Carmem Lúcia Santana de Freitas, mudanças no projeto original firmado entre a Agetop e a construtora resultaram em aumentos de 88,6% no valor do contrato, firmado em 2013 por R$ 56,9 milhões.

Segundo as promotoras, as modificações no projeto original incluem geometria, terraplanagem, pavimentação, drenagem, obras complementares e obras de arte especiais. Com isso, foi criado “um projeto completamente diferente do objeto licitado, burlando então o princípio da licitação”. A ação aponta, também, a ocorrência de diversas paralisações na obra entre 2013 e 2018, além de superfaturamento e terceirização irregular feita pela Terra Forte.

São alvos da ação: o ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón; o ex-diretor de Obras Rodoviárias, Antônio Wilson Porto; o ex-chefe do Núcleo Jurídico, Íris Bento Tavares; e o fiscal de obras, Arnaldo de Barros Moreira da Silva. Os dirigentes estavam atuando durante a gestão do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo. O dono da Terra Forte, o empresário Carlos Eduardo Pereira da Costa, e a própria empresa também são listados na ação.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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