Nesta sexta-feira, 19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) declarou que o Instituto Butantan não enviou um “documento básico” em relação ao soro anti-Covid que está sendo desenvolvido pelos cientistas do instituto.
Através de nota, a agência informou que no dia 2 de março recebeu o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) do soro Hiperimune ant-SARS-CoV-2.
“O pedido foi apresentado sem o protocolo clínico da pesquisa, que é um documento básico, primário, para qualquer pedido de pesquisa clínica em seres humanos”, afirma a Anvisa no comunicado.
De acordo com a Anvisa, além desse documento, é necessário enviar o Dossiê Específico de Ensaios Clínico, que apresenta a proposta de como a pesquisa será feita, assim como quantos voluntários participarão e onde serão conduzidos. A agência ainda informou que esse estudo foi submetido no dia 10 de março.
A agência afirmou na nota que “enviou suas considerações técnicas para o Instituto sobre o primeiro pedido no dia 4 de março. Nestas considerações, a Anvisa solicitou informações adicionais (exigências) que foram respondidas pelo Instituto no dia 13 de março e que já foram analisadas pela Anvisa”.
Relembrando que no fim da manhã desta sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) criticou a Anvisa por “travar” os testes do soro anti-Covid.
“O Instituto Butantan criou um Soro anti-Covid que pode acelerar recuperação e diminuir ocupação de leitos de UTI. Uma ótima notícia. A má notícia é que o Instituto enviou documentação e, mesmo sem riscos à saúde, a burocracia da Anvisa trava os testes. Falta senso de urgência”, publicou Doria no Twitter.
Foto: Paulo Guereta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo