Fraude na pandemia: Polícia Civil da busca e apreensão em gabinete de vereadora de Uruaçu

Na manhã desta quinta-feira, 25, a Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia de Polícia (DP) de Uruaçu, deflagrou a Operação Falsas Intenções. Durante a operação foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um na Câmara de Vereadores da cidade de Uruaçu, no gabinete de uma vereadora investigada, e outro em sua residência. A operação investiga uma vereadora do município e dois médicos, suspeitos de  emissão de guias médicas e fornecimento de medicamentos controlados de forma fraudulenta.

Foi apurado durante a investigação que a vereadora, com ajuda de médicos não credenciados na rede do SUS, teriam emitido guias médicas para pessoas que, na maior parte das vezes, nem eram atendidas, chegando até indicar um problema na próstata para uma paciente mulher. Documento encaminhado pelo Ministério Público e pela Secretaria Municipal de Saúde de Uruaçu consta o encaminhamento para tratamento de hipertrofia prostática para esta mulher.

A Polícia Civil apura ainda o fornecimento de medicamentos, durante as eleições municipais de 2020, para diversas pessoas, sem receita e prescrição médicas, pela vereadora. Devido ao fato ter provavelmente ocorrido nas vésperas das eleições do ano passado, indica possível crime de compra de votos (captação de sufrágio). A vereadora investigada foi reeleita nas eleições de 2020.

A Polícia Civil apreendeu, durante as buscas na casa da vereadora, diversos medicamentos, inclusive de uso controlado (tarja preta), e alguns de amostra grátis, além de computadores, celulares, guias de atendimento e encaminhamento do SUS.

No inquérito policial, os investigados respondem pelos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e por fornecimento ilegal de medicamentos. 

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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