PF troca superintendente no Amazonas que pediu investigação contra Salles

Nesta quinta-feira, 15, a direção da Polícia Federal decidiu substituir o superintendente do Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva, que enviou ao  Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. De acordo com fontes da PF, Saraiva foi informado ontem à tarde sobre a substituição. Na noite de ontem, 14,  o delegado enviou ao Supremo o pedido de investigação contra Salles. Apesar da boa relação com Bolsonaro, que já tentou indicar Saraiva para comandar a Superintendência da PF no Rio de Janeiro, o delegado entrou em conflito com o ministro do Meio Ambiente nos últimos dias.

No oficio encaminhado ao STF ontem, Saraiva apontava que Salles atuou para obstruir uma investigação que apreendeu madeira ilegal. Em entrevista à GloboNews hoje, 15, o delegado afirmou não ter sido ainda informado sobre sua saída da Superintendência e fez críticas a Ricardo Salles.

“Não é todo dia que o superintendente faz isso [levar a notícia crime ao STF], mas também não é todo dia que um ministro de outra pasta promove a defesa de infratores ambientais”, disse Saraiva.

Saraiva deve ser substituído pelo delegado Leandro Almada, que já atua na região do Amazonas. Anteriormente, ele participou do  inquérito sobre a obstrução da investigação do homicídio da vereadora Marielle Franco e confirmou que houve trâmites para dificultar a investigação.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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