Alemanha vai expulsar pessoas com pedido de asilo negado

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, informou que o país que acolheu mais de 1 milhão de imigrantes desde 2015, vai acelerar a expulsão de pessoas cujo pedido de asilo tenha sido negado. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (09), depois de acordo negociado com os governos estaduais. “Discutimos as condições necessárias para continuar sendo um país que acolhe as pessoas que buscam proteção”, afirmou Merkel em entrevista. A informação é da Radio France Internationale (RFI).

A chanceler, que foi muito criticada por sua política de acolhimento, devido aos atentados e incidentes que ocorreram no país desde 2015, explicou que os candidatos a asilo cujo pedido seja recusado pela Justiça deverão abandonar o país. “Isso nos dá a possibilidade de receber as pessoas em situação de emergência”.

Aqueles que tentarem dissimular sua verdadeira identidade ou que tenham cometido delitos serão rapidamente expulsos. O Departamento Federal de Migrações (Bamf) poderá igualmente acessar os celulares dos solicitantes de asilo cuja identidade não for claramente estabelecida, segundo o governador do estado de Hesse (centro), Volker Bouffier, membro do partido conservador CDU de Merkel.

Os estados têm competência para expulsar os imigrantes. “Temos que aumentar o traslado às fronteiras e as expulsões porque o número de pedidos de asilo reprovados está aumentando”, disse o ministro de Interior, Thomas de Maizière.

Entre as medidas contempladas está a criação de um “centro de expulsões”, que permita a coordenação entre os governos federal e regionais. Além disso, os imigrantes serão ajudados financeiramente para estimulá-los a regressar a seus países.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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