“Quem vota no Lula merece sofrer”, afirma Bolsonaro

Nesta segunda-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que quem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2022 “merece sofrer”.

Questionado se a decisão do Supremo Tribunal Federal, que confirmou a anulação das condenações do ex-presidente pelo então juiz Sérgio Moro, não seria “crime de lesa-pátria”, Bolsonaro relembrou que a decisão do pleno da corte foi de 8 votos a 3 a favor de Lula.

“Você interprete como quiser (a decisão). Agora, um povo que porventura vote em um cara desses é um povo que merece sofrer”, declarou . “Igual umas prefeituras que ano passado os caras deitaram e rolaram no lockdown. E reelegeram o cara. Querem o quê?”

Lula não formalizou a candidatura, mas não descartou e tem articulado com vários partidos, não só na esquerda, uma candidatura que se oponha a Bolsonaro. De acordo com as pesquisas, o ex-presidente venceria Bolsonaro em um eventual segundo turno

Perguntado sobre a Aliança pelo Brasil, partido que lançou no final de 2019, depois de deixar o PSL, Bolsonaro respondeu que: “muito pequena a chance de sair (o Aliança). Já estou atrasado, já, não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva”, disse.

O presidente ainda afirmou que não tem o que fazer para mudar o processo eleitoral e que as pessoas precisam aprender. Ele disse esperar o chama de “voto auditável”, ele e seus aliados defendem a impressão de um comprovante do voto, ajude a mudar as eleições.

“Alguns querem que de um cavalo de pau no Brasil. Não dá para dar cavalo de pau”, disse. “O povão vai aprendendo devagar, vai mudar isso daí (eleições). Para eu resolver só se eu impusesse uma ditadura, a gente não vai fazer isso.”

Andressa Anholete/Getty Images

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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