CDTC confirma manutenção do preço da passagem no transporte coletivo

A Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) confirmou nesta quinta-feira (18) o congelamento do preço na passagem de ônibus na região metropolitana de Goiânia. Apesar disso, segundo o presidente da CDTC e prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PMDB), melhorias na qualidade do serviço ainda serão discutidas pelos membros da Câmara.

A reunião foi marcada, à principio, para debater a manutenção do valor da passagem de R$ 3,70 para R$ 4. Entretanto, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), anunciou que negociou o reajuste junto às empresas e valor continuará no mesmo patamar, uma vez que o Estado comprometeu-se a bancar 100% do Passe Livre Estudantil.

Dessa forma, o reajuste foi retirado da pauta de discussão da CDTC e a tarifa fica congelada pelo período de um ano. Mendanha declarou que as empresas ainda terão de realizar as melhorias, mesmo que não tenha sido determinada uma data para elas acontecerem.

“Precisamos, agora, que as empresas nos informem sobre o cumprimento do acordo com o governo para estarmos tranquilos sobre a decisão que tomamos na CDTC”, afirmou Mendanha. Entre as exigências da Câmara, estão o aumento de mais 67 ônibus na frota e 470 viagens a mais nos horários de pico, além do aumento na segurança dos terminais, instalação de câmeras de segurança e climatização dos veículos.

Segundo o Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades, e Assuntos Metropolitanos, Vilmar Rocha (PSD), que representou o Estado na reunião, o próximo encontro da CDTC já está marcado para o dia 12 de junho. O objetivo é que se discuta medidas mais definitivas sobre a tarifa, incluindo outros subsídios além do passe estudantil, evitando que a cada ano as empresas voltem a solicitar um reajuste.

Ausências

O prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) não compareceu à reunião, realizada na sede da ACIAG, em Aparecida de Goiânia. De acordo com a assessoria de Iris, ele possuía outros compromissos na agenda e não poderia comparecer na reunião.

Também não compareceu à reunião o secretário de Habitação e Planejamento da Prefeitura de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB). Quem também não participou dos debates foi o vereador da cidade de Goianira, Ivadelny Pereira.

Compromisso anterior

O vereador por Goiânia, Clécio Alves (PMDB) lembrou que já foi realizado um Pacto do Transporte Coletivo, em 2014, com o congelamento da tarifa em R$ 2,80 na época. Foi acertado que o governo estadual bancaria 50% da gratuidade relacionada a passe livre dos estudantes e os outros 50% a responsabilidade dos municípios da Região Metropolitana de Goiânia. Nenhuma das partes cumpriu o acordo.

Vilmar Rocha afirmou que o Governo, ao assumir a gratuidade, toma uma solução provisória. O secretário alertou que o governo estadual bancando o Passe Livre Estudantil cobre 5,7% dos 8,5% previsto de reajuste tarifário.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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