PF intima Boulos após comentário contra Bolsonaro

O líder do movimento Trabalhadores sem Teto e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, foi intimidado na última quarta-feira (21) pela Polícia Federal a prestar depoimento em um inquérito aberto com base na Lei de Segurança Nacional. Boulos é acusado de ameaçar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após comentário publicado em sua perfil oficial no Twitter em 20 de abril do ano passado onde o ex-candidato diz ”Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.

O tuite aconteceu após Bolsonaro, ao defender a democracia, declarar: ”O pessoal geralmente conspira pra chegar no poder. Eu já estou no poder. Eu já sou o presidente da República”. No dia anterior, o presidente havia participado de um ato antidemocrático, em frente ao Quartel General do Exército, com faixas contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal.

Em nota, Boulos disse que a Lei de Segurança Pública Nacional é resquício da ditadura e tem sido usado para calar opositores e aqueles que denunciam ”ações imorais e ilegais”. Em tuite postando em sua página do Twitter, Boulos comentou ”Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar”.

O depoimento foi marcado para o dia 29 de abril na sede da Polícia Federal, em São Paulo.

 

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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