16 anos após desaparecimento, ossada de Murilo ainda não foi encontrada

Nesta quinta-feira (22), faz exatos 16 anos desde o desaparecimento de Murilo Soares, na época com 12 anos, após uma abordagem policial da Rotam, em Aparecida de Goiânia. Murilo estava instalando som automotivo no carro do seu pai Orton, com seu amigo Paulo Sérgio Rodrigues, de 22 anos, que também desapareceu na ocasião.

A mãe, Maria das Graças, nunca teve respostas sobre o que aconteceu com o filho, que tinha o sonho de ser jogador de futebol. Todo ano nessa data, ela contata a imprensa para chamar a atenção da população e buscar justiça pelo filho. “Eu não tive justiça e nem resposta alguma. A única coisa que ganhei foi uma depressão profunda, onde vivo a base de remédio controlado. Eu guardo comigo todas as reportagens que já fizeram sobre meu filho, porque é a única arma que ainda tenho como utilizar para fazer justiça por ele”, relata.

Em 2020, Maria das Graças recorreu à Justiça mais uma vez, para pedir maior empenho no reconhecimento da ossada do filho, e para realizar a escritura de sua casa, com intenção de se mudar. Na ocasião, ela recebeu a certidão de óbito de Murilo, mas sem a identificação do corpo que ela tanto espera.

“É meu sonho, eu morreria realizada se eu conseguisse fazer um enterro para ele. Eu não tenho vida mais mesmo, minha vida acabou. É muito difícil conviver com isso, porque todo mundo esquece o que aconteceu, menos a mãe. A mãe nunca esquece”, desabafou.

Este ano, foi criado um projeto de lei de autoria da deputada Delegada Adriana Accorsi (PT), com o nome de Murilo Soares, que prioriza a investigação do desaparecimento de crianças e adolescentes em Goiás, e está em tramitação na Assembleia Legislativa.

Maria das Graças atualmente recebe apoio psicológico e psiquiátrico adequado por parte do Estado, direito adquirido em 2020, pela primeira vez desde o desaparecimento do filho, há 16 anos.

Ela diz ter sido ameaçada por policiais e não mais “ter fé no trabalho dos policiais e da justiça”. “Além do que aconteceu ao meu filho, diversas vezes fui ameaçada por policiais, que me ligavam e me perguntavam até quando eu continuaria a abrir a boca para falar sobre o assunto; e me diziam que se eu não me calasse, eles iriam me calar”, contou.

 

 

 

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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