Ministro da Saúde critica governadores e afirma que vacinação tem acelerado

Nesta segunda-feira, 26 de abril, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em sessão da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, afirmou que a vacinação tem “acelerado o seu ritmo”. 

“Se nós respeitássemos o Programa Nacional de Imunização conforme pactuado na [administração] tripartite, ele iria melhor”, declarou o ministro da Saúde.

“É até um apelo que eu faço. Nós sabemos que no afã de contribuir com a vacinação, às vezes se pressiona para botar um grupo prioritário ou outro, que todos têm razão (…) Mas às vezes isso atrapalha o nosso PNI (Plano Nacional de Imunização)”. O ministro falou sobre a aplicação de 1,8 milhão de doses na última sexta-feira, 23.

O ministro ainda criticou os governadores e prefeitos pelos atrasos na aplicação de doses de vacinas. “Tudo o que nós não precisamos neste momento é polêmica” e acrescentou ser necessário “passar uma mensagem harmônica à sociedade”.

“A aplicação da 2ª dose tem sido impedida por governadores e prefeitos e agora, em face do retardo de insumo vindo da China ao Instituto Butantan, há uma dificuldade na aplicação desta dose”, complementou. Informou também que o ministério publicará uma nota técnica sobre o atraso na aplicação da segunda dose da CoronaVac.

De acordo com Queiroga, a diferença entre doses aplicadas e distribuídas se deve à reserva para a segunda dose e atraso para computar a aplicação de doses. Ele informou aos senadores que em breve anunciará uma nova remessa de remédios do “kit intubação”.

Sobre as mudanças no cronograma para recebimento de vacinas para uso na campanha de imunização, Queiroga disse que as metas de vacinação não foram reduzidas e que a mudança nas previsões da pasta foi em razão à retirada das vacinas que ainda não têm aprovação da Anvisa, como a Covaxin e Sputnik V.

“Havia uma previsão de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, que não obteve o registro da Anvisa ainda. E nós retiramos, porque fica criando uma falsa expectativa na população brasileira. Se a vacina for autorizada pela Anvisa, nós vamos novamente colocá-la no calendário e, por óbvio, a vacinação vai caminhar mais célere”, afirmou o ministro.

De acordo com Queiroga, o primeiro lote da vacina contra a covid-19 da Pfizer deve chegar ao Brasil na quinta-feira, 29. 

O ministro também culpabilizou a imprensa por parte da população não querer tomar a vacina da AstraZeneca. Ele declarou que a mídia “mais desinforma do que informa”, e em razão disso, a população tem rejeitado o imunizante.

Sérgio Lima/Poder360

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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