Chanceler diz que Argentina tem confiança nas instituições do Brasil

A chanceler da Argentina, Susana Malcorra, assegurou hoje (19) que o governo de Mauricio Macri acompanha a crise política no Brasil com muito interesse, confiança nas instituições do país e desejo que tudo se resolva com a “maior brevidade possível, pelo bem dos brasileiros”. A informação é da agência EFE.

“No governo argentino, estamos seguindo (esta crise) minuto a minuto”, disse Malcorra, em declarações feitas ao jornal argentino Clarín, no Japão, onde acompanha Macri em visita oficial. Ela disse que falou com o presidente argentino sobre o tema e que ele está “preocupado”, embora tenha dito que “as instituições do Brasil são mais sólidas que as da Argentina”.

“Acreditamos que suas instituições são suficientemente fortes para manejar esta situação. O Brasil tem as ferramentas internas suficientes para resolver a crise. Ninguém pode se meter e se envolver de maneira apressada e prematura. Vamos estar perto e disponíveis, mas, insisto, é um tema interno de Brasil”, disse a chanceler ao jornal La Nación.

Sobre uma possível renúncia de Michel Temer, Malcorra pediu para não “se adiantar” aos acontecimentos porque “a situação muda minuto a minuto”. A chanceler reconheceu entretanto que a situação no país vizinho, seu principal parceiro comercial, vai “rebater” na Argentina.

“Associada a esta situação também está nossa própria ligação com o Brasil, que começou uma recuperação (econômica) no primeiro trimestre (deste ano). Esperamos que este impasse gerado nesta crise, de índole política, não tenha um impacto na recuperação econômica, que é muito importante não só para o Brasil mas para toda a região”, disse Malcorra.

No Japão

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, chegou ontem (18) ao Japão para iniciar uma visita de trabalho que durará até o sábado, e durante a qual se reunirá com o primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, e será recebido pelo imperador Akihito.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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