Bolsonaro assina MP que reduz jornadas de trabalho e salário

Nesta terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória que recria o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEM), que entrou em vigor por conta da pandemia e autoriza que empresários reduzam salários e cargas horárias e até possa suspender contratos de trabalho.

A assinatura do decreto foi informada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, e publicada pela MP no ”Diário Oficial da União” nesta quarta (28). A nova rodada do programa terá um crédito de R$ 9,98 bilhões de reais.

A redução ou suspensão dos contratos poderá se estender por até 120 dias. Este mesmo prazo havia sido divulgado inicialmente na edição de 2020 do programa, mas foi se sendo estendido ao longo do ano.

Durante o processo, o empregador poderá acordar com o empregador a redução proporcional da jornada de trabalho e de salário. Os trabalhadores que tiverem redução de salário recebem uma parcela desses valores pelo governo.

Quando a primeira etapa do programa foi anunciada pelo governo em 2020, o custo estava estimado em R$ 51 bilhões em três meses de vigência. Mas, o programa durou nove meses, após ter tido duas prorrogações.

Mudanças trabalhistas 

De acordo com a Secretaria-Geral, o presidente assinou uma medida provisória com mudanças trabalhistas. A MP recria medidas temporárias que podem ser adotadas pelo empregador, como:

  • teletrabalho;
  • antecipação das férias;
  • concessão das férias coletivas;
  • aproveitamento e antecipação de feriados;
  • banco de horas;
  • suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho;
  • suspensão do recolhimento do FGTS.

As meninadas desta MP também terão efeito durante o prazo de duração da norma, 120 dias desde a sua publicação.

O programa em 2020

De acordo com o Ministério da Economia, em 2020, o país gerou 142.690 empregos com carteira assinada durante o ano todo. 1.464.517 empregadores aderiram o programa. O programa ajudou a evitar perda de vagas e contribuiu para o resultado positivo do mercado de trabalho no ano.

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Senado aprova projeto para proibir uso de celular em escolas

O plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, na noite de quarta-feira, 18, o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo de telefones celulares, nas salas de aula dos estabelecimentos públicos e privados de ensino infantil e médio de todo o país.

O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, em votação terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Apoiado pelo governo federal e por especialistas, o texto também teve rápida tramitação no Senado, indo direto para votação em plenário. Com a aprovação no Congresso, o projeto segue para sanção presidencial e poderá valer já para o ano letivo de 2025.

Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas.

De acordo com o relator do PL no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), a medida não traz punições, mas “orienta uma política pública educacional”.

“Entre o início do período de aula até o final, o uso de celular está proibido, salvo questão de necessidade, como saúde. A regra é que o aluno deixe esse celular desligado, mutado, na sua mochila ou no estabelecimento que tiver espaço, e ele tenha concentração total na aula. É um projeto muito simples, ele quer resgatar a atenção do aluno, levar esse aluno a prestar atenção na aula”, argumentou o senador, durante a sessão de debates.

Apesar de ter obtido unanimidade entre os senadores, duas emendas chegaram a ser apresentadas. Uma delas, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN), visava estabelecer a obrigatoriedade apenas no ensino infantil e fundamental, do 1º ao 9º ano, excluindo o ensino médio. O argumento do parlamentar era aplicar a política de forma gradual. A emenda acabou sendo rejeitada.

Uma outra emenda, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), chegou a ser apresentada, para obrigar a instalação de câmeras em salas de aula, mas, após os debates, o parlamentar retirou a proposta, para reapresentá-la na forma de um projeto de lei em separado.

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