Nelson Teich foi mais um dos ministros ouvidos pela CPI da Covid. Seu depoimento aconteceu na manhã desta quarta-feira (5). Teich entregou Bolsonaro e reforçou que os membros do governo faziam lobby pelo uso de cloroquina contra a Covid-19 mesmo o medicamento não tendo comprovação científica no tratamento contra a doença.
O ex-ministro deixou o cargo devido à ”falta de autonomia” para fazer o gerenciamento da maior crise já vista no país.
“Minha convicção pessoal era a de que não existia evidência de eficácia, tínhamos (eu e Bolsonaro) um entendimento diferente. Isso motivou minha saída”, afirmou Teich. “O pedido (de demissão) específico foi pelo desejo de ampliação de uso da cloroquina. Esse era o problema pontual, mas isso refletia uma falta de autonomia e de liderança”, acrescentou.
O ex-ministro também afirmou que não sabia da produção de cloroquina pelo Exército. Ele disse que não chegou a ser consultado sobre o uso do remédio “Era uma conduta tecnicamente inadequada”, disse. “Minha orientação era contrária (à distribuição de cloroquina). Se eu tivesse sabido, não deixaria fazer”, continuou.
O depoimento de Teich estava marcado para acontecer na tarde de terça-feira (4) mas acabou sendo repassado para hoje devido ao anúncio que o também ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, estaria com suspeita de Covid-19.