A cesta de Natal: o valor do gesto humano na era digital

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A cesta de Natal na era digital: o valor humano por trás do gesto

Com a rotina corporativa cada vez mais mediada por telas, plataformas e processos remotos, rituais presenciais voltam ao debate.

A cesta de Natal na era digital: o valor humano por trás do gesto – Crédito: Divulgação

Nos últimos anos, empresas de diferentes setores aceleraram a digitalização de suas operações. Reuniões migraram para videoconferências, comunicações internas foram centralizadas em plataformas, treinamentos passaram a ser feitos por streaming e programas de reconhecimento ganharam fluxos automáticos. O ambiente corporativo se tornou mais ágil, conectado e eficiente.

Mas, ao mesmo tempo, menos presencial.

Embora esse modelo funcione em termos operacionais, pesquisas recentes mostram um efeito paralelo: a sensação de distanciamento emocional entre organizações e colaboradores. Segundo levantamento da Workhuman (2023), 65% dos trabalhadores afirmam que o reconhecimento hoje “parece mais impessoal” do que há cinco anos.

A IMPORTÂNCIA DOS RITUAIS CORPORATIVOS

Nesse contexto, rituais especialmente os de fim de ano ganham novo valor. Eles não servem apenas para marcar um encerramento, mas para reforçar a ideia de pertencimento: reconhecer o caminho percorrido, os desafios superados e o esforço coletivo.

No Brasil, a cesta de Natal se consolidou como um desses rituais. Ela não ocupa o mesmo lugar de um comunicado interno ou de um benefício digital, ela chega à casa, envolve a família e se conecta ao espaço onde as relações afetivas acontecem: a mesa.

A cesta não encerra o ano pela lógica do resultado, mas pela lógica da convivência.

POR QUE O GESTO FÍSICO IMPORTA?

Ao contrário de benefícios que permanecem invisíveis, como créditos, saldos e pontuações, a cesta é um objeto concreto. Ela pode ser vista, tocada, aberta, compartilhada.

Essa materialidade produz um tipo de reconhecimento que não depende de discurso, ele é percebido na ação.

Quando um colaborador leva a cesta para casa, o gesto se desloca do campo corporativo para o campo da vida cotidiana. E é ali que ele adquire significado.

NO HÍBRIDO, O CONCRETO SUSTENTA O COLETIVO

Com equipes distribuídas, horários flexíveis e interações fragmentadas, a cultura interna depende cada vez menos de presença constante e cada vez mais de marcos claros.

A cesta de Natal funciona como esse marco.

Ela diz, de forma simples: “Este ano aconteceu. Você fez parte dele.”

E essa mensagem não precisa de manual, campanha ou apresentação.

Ela é compreendida no momento em que a cesta é colocada sobre a mesa.

EQUILIBRAR NÃO É ESCOLHER: TECNOLOGIA + RITUAIS

A digitalização segue sendo essencial para o funcionamento das empresas, ela organiza processos, amplia acesso e reduz custos operacionais. Mas vínculos não se mantêm apenas com eficiência. Eles se mantêm com sentido.

Rituais corporativos, como a entrega da cesta de Natal não competem com a tecnologia. Eles complementam aquilo que a tecnologia não faz: tornam o vínculo palpável.

NO FIM, A QUESTÃO É SIMPLES:

Em um mundo onde quase tudo pode ser enviado por mensagem, o que ainda precisa chegar pelas mãos?

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