A Grande Viagem da Sua Vida: uma jornada romântica encantadora, mas que poderia arriscar mais

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“A grande viagem da sua vida” é bela fantasia romântica que deveria arriscar
mais; de já viu

Margot Robbie e Colin Farrell estrelam romance mágico que fica sempre a um passo
de ser realmente fantástico. Filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (18).

“A grande viagem da sua vida” é daqueles filmes que se beneficiariam ao se
inspirar em seus protagonistas. Apesar de bonito e um tanto emocionante, falta à
história estrelada por Margot Robbie (“Barbie”) e Colin Farrell (“Pinguim”) a
ousadia para dar os passos a mais que a tornariam verdadeiramente fantástica.

Na fantasia romântica que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira
(18), o diretor sul-coreano Kogonada (“A vida depois de Yang”) parte de uma boa
premissa, mas nunca se joga o suficiente na aventura do título.

Em “A grande viagem da sua vida”, os astros interpretam dois desconhecidos que
se cruzam no casamento de uma amiga em comum e, apesar da química, seguem
caminhos distintos.

Pelo menos até que ambos aceitam o convite inesperado de um sistema de GPS
excêntrico de seus carros alugados de uma agência misteriosa.

De forma curiosamente relutante (para pessoas que acabaram de topar a jornada),
eles aprofundam seu relacionamento ao atravessarem portas mágicas em lugares
aleatórios – portais que os transportam para momentos marcantes de seus
passados.

O resultado é uma jornada fantástica por aqueles traumas que nos tornam quem
somos. Um passeio que emociona, graças principalmente ao carisma e à química
colossal entre Robbie e Farrell, atores que vivem as melhores fases de suas
carreiras.

Por mais que seja um casal longe de fugir de qualquer padrão, há um certo
conforto em assistir a dois artistas no auge de suas habilidades, tão
confortáveis um com o outro quanto com o absurdo do enredo.

Sem eles, não haveria suspensão de descrença suficiente para superar a
facilidade com que seus personagens aceitam a magia de sua situação – ou injeção
de insulina forte o bastante para combater tanto açúcar.

SEM CINISMO

Por outro lado, fica a sensação de que o roteiro de Seth Reiss (“O menu”),
apesar de boas ideias, não sabe reconhecer e investir nas melhores delas.

É fascinante assistir ao irlandês de 49 anos interpretar a versão adolescente de
seu personagem no Ensino Médio, prestes a estrelar um musical na escola e a ter
seu coração partido pela primeira vez. Pena que seja a única sequência do tipo.

É como se o autor tivesse receio da inevitável rejeição dos mais cínicos – e se
esquecesse que filmes como “A grande viagem da sua vida” não são feitos para
eles.

Pelo menos Kogonada mantém a sensibilidade que mostrou nos incríveis “Columbus”
(2017) e “A vida depois de Yang” (2021), sucesso independente no qual dirigiu
Farrell antes.

Em seu primeiro filme sem assinar o roteiro, ele troca a melancolia de suas
obras anteriores pela magia romântica. Há um certo desalento na postura dos
protagonistas, mas ele é contraposto pelo amadurecimento da relação do casal –
algo que há de encontrar ecos com o público.

A metáfora pode não ser das mais sutis, mas é costurada com alguns dos momentos
mais visualmente interessantes da carreira do cineasta.

O título original de “A grande viagem da sua vida” é “A big bold beautiful
journey”, algo mais para “Uma jornada grande, linda e ousada”. Na tradução, a
beleza ali presente se perdeu – e a ousadia fez muita falta. Mais Detalhes sobre Margot Robbie e Colin Farrell em cena de ‘A grande viagem da sua vida’ em divulgacao de arte.

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