O ministro da Defesa, José Múcio, tem sido um importante defensor da ideia de que é crucial tirar a política dos quartéis para evitar traumas como os recentes envolvendo Bolsonaro e militares presos. Ele foi um dos principais apoiadores da PEC dos Militares, que visava proibir militares da ativa de concorrerem em eleições, visando evitar conflitos de interesses. Contudo, o tema gerou polêmica e não avançou devido ao receio do Planalto de divisões no Congresso.
Múcio tem enfatizado a necessidade de uma quarentena para as candidaturas militares, defendendo que aqueles que saem dos quartéis não deveriam retornar. Ele critica a prática de campanhas eleitorais por membros fardados que, posteriormente, voltam à caserna, o que pode contaminar o debate público. Em recente declaração, o ministro chamou as prisões relacionadas à trama golpista de ‘fim de um ciclo’, mas não há, por ora, planos do governo para retomar a discussão, evitando confrontos com os militares.
Diante das críticas e da cautela do Palácio do Planalto, a postura dos integrantes do governo tem se limitado a comentários técnicos sobre o cumprimento judicial, sem intenções de gerar atritos. A avaliação é de que é essencial separar as Forças Armadas da política para preservar a estabilidade institucional e evitar episódios como o recente. A discussão sobre a entrada dos militares na esfera política permanece sensível e requer análises cuidadosas pelo governo e pelo Congresso para evitar conflitos desnecessários. O debate sobre a pertinência de manter a política longe dos quartéis ganha relevância diante do cenário atual.




