A história de uma poeta francesa que se encantou pelo Rio de Janeiro e criou a expressão ‘Cidade Maravilhosa’ remonta a 1913, quando Jane Catulle Mendès lançou o livro ‘La Ville Merveilleuse’. Sua ideia original era passar duas semanas na cidade, mas sua estadia durou surpreendentes três meses. Mais de cem anos depois, Rafael Sento Sé traz à tona essa história quase esquecida com o livro ‘A poeta da Cidade Maravilhosa’.
Muitos atribuem a origem da expressão “Cidade Maravilhosa” à marchinha de carnaval de André Filho, popularizada por Aurora Miranda. No entanto, a verdadeira origem remonta à imaginação poética de Jane Catulle Mendès, uma poetisa francesa que visitou o Rio de Janeiro em 1911, durante a Belle Époque, e se apaixonou pela cidade recém-reformada por Pereira Passos.
Durante sua estada no Rio, Jane se encantou pela cidade e expressou seus sentimentos em 33 poemas, compilados no livro “La Ville Merveilleuse”. Rafael Sento Sé, jornalista e pesquisador, resgata essa história única em “A poeta da Cidade Maravilhosa”, revelando os bastidores dessa viagem histórica e a vida fascinante de Madame Catulle Mendès.
O interesse de Sento Sé pela história de Jane Catulle Mendès surgiu durante suas pesquisas para um blog em comemoração aos 450 anos do Rio, em 2015. A poetisa francesa, que era uma figura proeminente no cenário literário de seu tempo, caiu no esquecimento com o passar dos anos, mas seu legado é resgatado neste livro imperdível.
A admiração de Jane pela cidade culminou na expressão “Cidade Maravilhosa”, que incorporou ao Rio. Em seu livro de poemas, ela revela seu encantamento pela cidade e sua sensibilidade à frente do seu tempo. O gesto de Jane de convidar jornalistas para um chá, podendo ser considerado a primeira coletiva de imprensa no Rio, mostra a relevância e o pioneirismo da poetisa.
A trajetória de Jane Catulle Mendès foi marcada por ousadia e vanguardismo, trabalhando em um jornal produzido exclusivamente por mulheres. No entanto, o apagamento gradual de sua figura pode ser atribuído a uma combinação de misoginia e mudanças no cenário artístico da época. Mesmo após 100 anos, a relevância de Jane na criação da expressão “Cidade Maravilhosa” permanece viva e inspiradora.




