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Abandono de animais causa prejuízo em clínicas veterinárias

Última atualização 07/12/2017 | 16:34

“Muitas as pessoas com a boa vontade de querer ajudar, mas ao mesmo tempo não conseguem discernir quem está agindo de boa ou má fé”, diz veterinário

As clínicas veterinárias são vítimas de uma prática que se por um lado causa prejuízo financeiro ao estabelecimento, dá uma chance de vida e de adoção a animais domésticos. O abandono de animais é crime, com pena que oscila entre 3 meses a 1 ano, mais multa. O Diário do Estado entrou em contato com algumas clínicas para saber que tipo de procedimento é adotado por elas em caso de abandono de animais domésticos.

 Na Clínica Veterinária Pluto, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, a recepcionista Pollyana Venancio relata casos de pessoas que deixam seus bichinhos para algum serviço e nunca mais voltam para buscá-los. “Uma vez, deixaram com a gente um cachorro para banho, pagaram pelo serviço e nunca mais voltaram. Deixaram apenas um número de telefone, que estava errado”, segundo Pollyana.

A recepcionista relata vezes em que donos deixaram animais na clínica e como depois de quatro meses ninguém reclamou pelo bicho, a adoção responsável foi providenciada.  A empresa não realiza doação de imediato porque tiveram casos em que o dono voltou depois de muito tempo alegando que viajou e esqueceu o bichinho no local.

Segundo ela, manter esses animais gera um prejuízo para a clínica, que tem custos com a ração e castração do animal. A Pluto, por exemplo, solicita para os clientes no momento do cadastro dados como CPF, telefone e endereço, mas em muitos casos essas pessoas passam informações erradas e, para evitar problemas judiciais ou financeiros, preferem não realizar a negativação desses clientes. “Tivemos casos de pessoas que pagaram consultas médicas de seus cães e nunca mais voltaram para pegá-los”, lembra Pollyana.

Em outros casos, animais doentes ou acidentados são deixados em clínicas para tratamento e abandonados lá. Chegam a fazer campanhas para arrecadar dinheiro para custear o tratamento do animal e neste sentido, os veterinários advertem que para as pessoas não caiam em golpes. Identificar a pessoa que está doando e quem está recebendo, seja pessoa física ou jurídica, é sempre importante, de acordo com o veterinário e Presidente da Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de Goiás, Ronaldo Medeiros de Azevedo. “As doações precisam ter identificação da pessoa que está doando e de quem está recebendo. É preciso pegar dados como CPF, endereço e telefone. Quem tem interesse de deixar um animal em uma clínica ou adotar, tem que se responsabilizar”, adverte o veterinário. Ronaldo comenta que são muitas as pessoas com a boa vontade de querer ajudar, mas ao mesmo tempo não conseguem discernir quem está agindo de boa ou má fé.

O veterinário Denniel Barros, da Clínica Serv-Kão no Setor Goiânia 2, relata que nesse ano dois cachorros foram abandonados na porta do estabelecimento e um cliente deixou outro animal para banho e tosa e nunca mais voltou. “O cliente estacionou seu carro longe, fez cadastro deixando o CPF, telefone e endereço, mas tudo errado”, lembra Barros. Ele cita ainda a Resolução 1069 de 2014, aprovada em janeiro de 2015, que proíbe a venda e exposição de animais em vitrines e gaiolas em pet shops e clínicas veterinárias, a Serv-Kão anuncia no Facebook a doação de animais e ainda recomenda que aqueles com interesse de doar seus cães, pássaros e gatos podem levá-los até praças públicas em caixas e gaiolas, desde que os tratem e alimentem bem.

Lucas Mendonça