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Abin rastreou financiadores e novas tentativas de ataque dos atos golpistas

Última atualização 20/07/2023 | 18:05

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou com a CPI dos Atos Golpistas, que analisa os ataques de 8 de janeiro, onze relatórios de inteligência que formam as várias frentes de organização da invasão no Palácio do Planalto, Congresso e no Supremo Tribunal Federa.

Nos relatórios, a Abin rastreia os suspeitos de custear e divulgar os atos, além de como eles planejaram e se organizaram por meio das redes sociais.

A emissora TV Globo teve acesso à integra dos 11 documentos, entregues à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Os relatórios são divididos da seguinte forma:

1- Empresários que contrataram ônibus fretados para transportar os golpistas

A Abin verificou 83 pessoas e 13 organizações que contrataram 103 ônibus fretados com o intuito de levar para Brasília 3.875 pessoas, todas identificadas. Entre os contratantes identificados são Pedro Luis Kurunczi, empresário do ramo de engenharia de Londrina (PR), e o Marcelo Panho, de Foz do Iguaçu (PR).

2- Envolvimento de empresário do garimpo no financiamento dos atos golpistas.

De acordo com as informações de máquinas utilizadas no garimpo ilegal no Pará, foi identificado uma rede de empresários que custeou as manifestações. Dentre os empresários estão Roberto Katsuda e Enric Lauriano.

3- Empresas transportadoras que deram suporte às ações violentas

O relatório identificou 272 veículos e 132 caminhões que estão registrados em nomes de empresas, a maioria estão registrados nos estados: Mato Grosso (136), Goiás (46), Bahia (46) e Paraná (26).

4. Ameaças de novas ações violentas como identificação de explosivos em locais públicos e sabotagem de sistemas de controle industriais

A Abin analisou que o formato dos ataques poderiam ser diferentes, o relatório informa que “Há tendência de formação de agrupamentos menores, mais fechados e formados por indivíduos radicalizados com maior propensão à ação violenta, e de mudança do modus operandi, passando de ações ostensivas, como bloqueios e manifestações, para atos de vandalismo, sabotagem e ataques contra ICs [sistemas de controle]”.

5. Ataques a torres de linhas de transmissão de energia com objetivo de causar prejuízo no abastecimento

A ata apresenta nove tentativas de sabotagem a torres de linhas de transmissão que apresentam “relevância estratégica para a matriz energética nacional”.

6. Influenciador digital que participava de grupos extremistas em aplicativo com convocações para os atos golpistas

O jovem protestava em listas no Telegram. Ele participava de 119 grupos da plataforma. As conversas apontavam novas ações depois do 8 de janeiro.

7. Participante de atos extremistas que auxiliou bolsonaristas a saírem do DF

A agência constatou um candidato a deputado distrital em 2022 pelo PTB que criou campanhas on-line e, com meios, comprou passagens de ônibus, para que os bolsonaristas voltassem para seus estados.

8. Intensificação da atuação de extremistas violentos de direita

A Abin percebeu um fortalecimento na atuação dos chamados extremistas violentos ideologicamente motivados (EVIM).

“A disseminação de narrativas de incentivo à violência, somada ao emprego de discurso conspiratório, à difusão de notícias falsas e à veiculação de reivindicações de ruptura democrática, aumenta o risco de radicalização de indivíduos isolados ou pequenos grupos com potencial para mobilização para ação extremista violenta”, informou.

“A disseminação de narrativas de incentivo à violência, somada ao emprego de discurso conspiratório, à difusão de notícias falsas e à veiculação de reivindicações de ruptura democrática, aumenta o risco de radicalização de indivíduos isolados ou pequenos grupos com potencial para mobilização para ação extremista violenta”, informou.

9. Mapeamento dos presos e foragidos no 8 de janeiro

A Abin identifica o nome de 28 pessoas envolvida aos ataque, mas que não foram presas até 25 de janeiro.

Após a realização do documento, três pessoas foram presas

Eduardo Antunes Barcelos: classificado pela Abin como invasor com acesso a arma de fogo.
Joelson Sebastião Freitas: classificado pela Abin como invasor com acesso a arma de fogo.
Marisa Aparecida Aires Nogueira: classificada pela Abin como invasora com acesso a arma de fogo.

10. Identificação de grupo extremista violento em Brasília que poderia ameaçar a posse do presidente Lula

Esse relatório foi produzido no ano passado, e foi mapeado a presença de um grupo extremista violento em Brasília que poderias trazer danos para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

11. Empresários do agronegócio que patrocinaram os ataques de 8 de janeiro e articularam anteriormente diversos atos por intervenção militar e em apoio a Bolsonaro

A declaração indica o Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA) como um dos “principais organizadores” defendendo a intervenção militar, antes das eleições e de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.