Abordagem violenta da Polícia Militar contra idosa chinesa em SP: vídeo choca em rede social

abordagem-violenta-da-policia-militar-contra-idosa-chinesa-em-sp3A-video-choca-em-rede-social

Vídeo mostra abordagem violenta da Polícia Militar contra idosa chinesa no Centro de SP

À TV Globo, Zho Xiao Wei disse que suas mãos foram presas e que reagiu com medo
de perder os legumes que vendia. SSP informou que investiga o caso. Em abril,
ambulante senegalês morreu após ser baleado pela Polícia Militar no Brás.

Idosa chinesa é agredida durante abordagem da polícia militar
[https://s03.video.glbimg.com/x240/13706422.jpg]

Idosa chinesa é agredida durante abordagem da polícia militar

Imagens que circularam nas redes sociais nesta semana mostram uma abordagem
truculenta da Polícia Militar contra a imigrante chinesa Zho Xiao Wei, de 69
anos, conhecida como Nainai, que significa “vovó” em mandarim. O incidente
aconteceu na última sexta-feira (20), na Rua Florêncio de Abreu, na Luz,
região central de São Paulo.

Nos vídeos, quatro policiais militares se aproximam da idosa e ordenam a
apreensão do carrinho que ela utilizava para vender legumes. Ela, porém, reage
segurando o carrinho. Nainai se deita no chão e chega a chutar um policial.
Outro PM tenta tirar um objeto das mãos da idosa. Ela continua no chão e grita
contra os agentes. Em determinado momento, é possível ouvir um policial dizendo
que ela “está no Brasil e tem que seguir as leis do país”.

A idosa, então, arremessa o carrinho em direção ao policial, que revida chutando
violentamente o objeto. Mesmo após a reação da idosa, o PM pega o carrinho e se
afasta com os outros policiais. À TV Globo, Nainai contou que vive no Brasil há
pelo menos 10 anos e tem dificuldade para falar português. Disse que reagiu com
medo de perder os legumes que vendia.

Comerciantes da região, que preferiram não se identificar, contaram que essa não
foi a primeira vez que a polícia agiu de forma similar com vendedores
ambulantes. Um deles afirmou que “brasileiro, angolano e chinês são os que mais
sofrem na rua vendendo”. Segundo uma testemunha, a idosa tem família com comércio
no Brasil, mas sempre está presente na feira da Rua Florêncio de Abreu.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a abordagem dos PMs “não
condiz com os protocolos da instituição” e que analisa as imagens.

DE, então, arremessa o carrinho em direção ao policial, que revida chutando
violentamente o objeto. Mesmo após a reação da idosa, o PM pega o carrinho e se
afasta com os outros policiais. — Foto: Reprodução/TV DE

SENEGALÊS MORTO NO CENTRO DE SP

Em abril, o ambulante senegalês Ngange Mbaye morreu após ser baleado
[https://DE.DE.DE/sp/sao-paulo/noticia/2025/04/11/ambulante-e-baleado-por-pm-durante-confusao-em-abordagem-no-bras-centro-de-sp.ghtml]
durante uma confusão com a Polícia Militar em uma abordagem na Rua Joaquim
Nabuco, no Brás, Centro da capital paulista. Na época, a PM disse que equipes
apoiavam a prefeitura na fiscalização dos ambulantes, e o senegalês agrediu um
agente com uma barra de ferro. Na sequência, o vendedor foi baleado. Imagens de
câmeras de segurança da região obtidas pelo DE nesta segunda-feira (24), no
entanto, mostram que o ambulante senegalês não estava vendendo produtos no
momento da ação dos PMs.

As câmeras registram a vítima saindo de um restaurante, onde havia almoçado.
Pelo menos oito policiais militares estavam no mesmo local. Ngange se levanta,
caminha até o caixa e realiza o pagamento. Por volta das 13h55, ele deixa o
restaurante.

Do lado de fora, vai em direção à sua mercadoria, que havia deixado na calçada —
nenhum produto estava exposto. Nesse momento, cerca de sete agentes estão
parados na calçada e parecem conversar com outro homem, que nas imagens usa uma
camisa rosa. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso está
sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e
que um inquérito policial militar também foi instaurado sob sigilo.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp