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Acesso ilimitado do TikTok por crianças e adolescentes: “tendência é adoecimento”

Última atualização 17/08/2022 | 17:23

Dancinha, humor e publicidade nem sempre velada são as principais características da principal rede social acessada por crianças e adolescentes: o TikTok.  Uma pesquisa da pesquisa TIC Kids Online Brasil revela que é a mídia preferida entre o público de 9 a 17 anos. O levantamento também revela números sobre o uso da internet para esse público. 93% deles acessam a rede mundial de computadores, a maioria está nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 32% já buscaram apoio emocional na rede.

O levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) aponta que os jovens mais ricos costumam usar mais redes sociais com menos tempo de mercado, como TikTok e Instagram, quanto as mais pobres voltam para o Facebook, uma das mais antigas entre as populares no Brasil. A fórmula de vídeos curtos com diversos tipos de conteúdo fez tanto sucesso que exigiu atualização dos concorrentes, que passaram a oferecer essa opção.

Na perspectiva da psicóloga Adriane Garcia, a interferência no intelecto e desenvolvimento da criança está associada ao conteúdo raso, emotivo, de senso comum e sem filtro presente. Ela explica que as famílias devem ajudar a criança ou adolescente a fazer escolhas prudentes, interessantes e construtivas. 

“Se não é como comer sem entender as propriedades do alimento para o corpo. Assim é a alimentação do cérebro sem análise. A tendência é o adoecimento.  O acesso precisa ser limitado e assistido. Além disso, é importante o processo contínuo de orientação por parte dos pais”, defende.

TikTok: plataforma sedutora

A sensação de prazer e bom humor gerada pela liberação de um neurotransmissor chamado dopamina e ainda transtornos psicológicos como ansiedade podem explicar o motivo de a plataforma ser tão sedutora. A aprovação social externada por meio de likes e comentários estimula os usuários a consumirem e produzirem conteúdo com intensidade.

Psicóloga Camilla Paiva (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)

“O uso excessivo das ferramentas tecnológicas ocasiona mais interação com o mundo virtual e menos com o real, o que faz com que as pessoas percam essa habilidade. Além disso, a tela azul emitida por equipamentos eletrônicos atrapalha o sono. Como ele tem função regulatória, isso impacta todo o organismo”, afirma a psicóloga Camilla Paiva.

De acordo com ela, a lista de consequências inclui piora dos processos de aprendizagem e problemas de memória e atenção. A especialista sugere importante evitar vários estímulos ao mesmo tempo, não ficar o dia todo no celular e ainda se “desligar”  das redes sociais.