Acidente Mutirama: perícia conclui que brinquedo não poderia funcionar

A perícia feita pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica, por meio do Instituto de Criminalística, no brinquedo Twister, do Parque Mutirama, concluiu que o equipamento não poderia estar funcionando no dia em que o acidente ocorreu. Na ocasião, 13 pessoas ficaram feridas, duas em estado grave, e o parque foi interditado.

Segundo o perito e gerente do Instituto de Criminalística, Rodrigo Irani, um relatório realizado em 2011 mostrou que o eixo central do brinquedo, principal responsável pelo acidente, já apresentava uma trinca que deveria ter sido acompanhada nos meses posteriores.

“No relatório de 2011 já apresentava uma trinca de 10,8 cm que deveria ser no mínimo acompanhada no decorrer do tempo. Foram quase sete anos e nada foi nos apresentado, então provavelmente não teve acompanhamento”, disse o perito. “Essa trinca foi aumentando a sua dimensão e com o deslocamento natural e inclinação de no máximo 40° isso fez a compreensão e flexão levando o eixo ao tombamento”, explica.

Segundo ele, como a trinca ainda era pequena em 2011 ainda não era necessário naquele momento a troca do material, porém, o acompanhamento deveria ter sido realizado periodicamente.

Em relação ao momento do acidente, Irani foi enfático ao dizer que “o equipamento não poderia estar em funcionamento de forma alguma” já que as falhas e fissuras já eram muitos e o eixo que era de 16 centímetros se sustentava com menos 10. “Ele não aguentava mais o peso do equipamento”.

O perito confirmou que o acidente poderia ter sido evitado se as regras de segurança e de manutenção fossem seguidas.

Tragédia maior
Irani também informou que por alguns segundos o acidente poderia ter mais trágico, caso o equipamento tombasse para o lado oposto. “O aparelho caiu para o lado leste, no movimento circular quando iniciou o movimento de queda o aparelho então sai pela tangente. Como ele saiu pela tangente pelo lado leste ele não pegou a fila de pessoas. Se essa fratura começasse um pouco antes ele iria cair para o lado oeste atingiria toda a fila”.

Segundo ele, o brinquedo não é perigoso caso esteja dentro das normas, porém, no caso do Mutirama, além da irregularidade com o eixo central do brinquedo, foi constatado que as travas de segurança nos assesntos não eram colocadas de maneiras certas e em alguns casos, cordas eram usadas no lugar das travas.

Indiciamento
O delegado Isaías Pinheiro, responsável pela investigação do caso, informou que serão indiciados por lesão corporal grave, com dolo eventual, o engenheiro mecânico José Alfredo Rozendo, o supervisor do Mutirama, Vanderlei Alves Siqueira, e o Secretário Municipal de Turismo, Alexandre Magalhães (PSDC).

Segundo o investigador, Rozendo era o engenheiro responsável e teria feito o laudo em 2011 apontando a fissura no eixo central do brinquedo e mesmo assim não teria feito as inspeções. “Esse eixo não poderia ter voltado a funcionar, é um material barato, mas foi aprovado com revisões periódicas, mas essas revisões nunca foram feitas”, pontuou.

Ele afirmou que o laudo entregue hoje confirmou as evidências e materializou o crime de Rozendo e do presidente Alexandre Magalhães, já que segundo as investigações foi levantando que desde dezembro do ano passo o parque ficou sem responsável e Magalhães teria determinado que os equipamentos continuassem funcionando.

“E vamos analisar os laudos para voltarmos a 2012, porque esse brinquedo já tinha sido descartado como sucata e o presidente daquela época pediu que se reformasse o equipamento”, completou.

A redação do Diário do Estado tentou contato com Alexandre Magalhães, mas ele não atendeu as ligações. Porém no final da tarde a Agência de Turismo emitiu nota esclarecendo que vai aguardar o fim das investigações para se pronunciar. Confira:

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência de Turismo e Lazer, esclarece que vai aguardar o fim das investigações e a concomitante conclusão do inquérito para se pronunciar a respeito do teor do laudo pericial, apresentado nesta manhã à autoridade policial responsável pelo caso. Informa, ainda, que continua colaborando com as investigações e não se furtará a tomar todas as providências efetivamente necessárias, inclusive para reabertura do parque e o amparo às vítimas.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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