Acidente na Anchieta gera debate sobre acessos à Baixada Santista: ‘É muito
sensível’, diz especialista

Caminhão atingiu e derrubou passarela de pedestres em Cubatão (SP) após o
motorista esquecer de puxar o freio de mão. A rodovia ficou quase 12 horas
interditada.

O acidente envolvendo um caminhão que atingiu e derrubou a passarela sobre a Via
Anchieta, em Cubatão (SP), levantou um debate sobre os acessos à Baixada Santista e a necessidade de maior atenção no trânsito. Em entrevista ao DE, o especialista em mobilidade urbana
Rafael Pedrosa destacou que “qualquer incidente” na rodovia tem um impacto
direto na região, dada a dependência do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) para o
fluxo de veículos.

Um caminhão atingiu a passarela do km 52 da Via Anchieta na noite de
quinta-feira (13), causando a queda da estrutura e bloqueando completamente a
via por quase 12h.

Segundo o motorista, o acidente ocorreu após ele descer do veículo, sem puxar o
freio de mão, para conversar com um caminhoneiro que havia batido e quebrado o
retrovisor do seu caminhão.

Segundo Rafael, pelo SAI passa grande volume de cargas em direção ao Porto de
Santos e também um alto fluxo de veículos de porte, como ônibus fretados e vans
que transportam trabalhadores entre a região e a capital.

“Pessoas que vão e vêm a pretexto de trabalho e a carga usam exclusivamente
essa via. Então, qualquer coisa que ocorra nela vai trazer, porque ela é muito
sensível, um impacto direto à nossa região”, disse ele.

Em entrevista ao DE, o gerente de operações rodoviárias da Ecovias, Fernando
Ferreira, afirmou que a Via Anchieta é especialmente sensível devido ao alto
volume de veículos que circulam diariamente.

Ele ressaltou que o acidente não pode ser considerado um evento único. “Eu não
concordo com ser um fato isolado. Toda a rodovia é preparada, ela segue
normativa de construção, de ambientes que protegem todo o nosso ativo. É fato
que existe uma parcela muito importante que é a conscientização do motorista em
situação de direção”, disse.

Fernando destacou que estruturas como passarelas devem seguir normas específicas
de segurança.

“Ao longo do tempo nós já tivemos outras situações, sim, e aí cada um teve uma
dinâmica. Mas é fato que as passarelas seguem uma normativa, têm uma altura de
projeto, uma altura que também é regulamentada pelo próprio DER [Departamento de
Estradas de Rodagem]”, disse.