Acidentes em estradas matam 21 animais e deixam outras 22 pessoas feridas, em 2022

Basta andar pelas rodovias para se deparar com carcaças de animais mortos, principalmente mamíferos. Para se ter uma ideia, anualmente, 475 milhões de bichos silvestres morrem nas estradas brasileiras. Isso é mais do que o dobro da população de brasileiros, estimada em 212,6 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 17 mortes por segundo, 1,3 milhão por dia. É como se mais de 86% da população de Goiânia desaparecesse todos os dias. 

Já em Goiás, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 21 animais foram atropelados nas rodovias federais de responsabilidade da corporação em 2022. Já em todo ano passado, cerca de 34 animais perderam a vida. 

As vias que mais registram atropelamentos, segundo o chefe de comunicação da PRF, Eduardo Zampieri, são a BR 060 do KM 200 ao 209, com sete registros apenas este ano. Em seguida, aparece o trecho entre KM 110 e 119, também na BR 060, com três atropelamentos. Além disso, há também a BR 364, entre o trecho 10 e 19, com três animais mortos.

“Esses são os acidentes registrados que envolveram colisão contra animais. Esses acidentes acabam mostrando, como fator principal ou secundário, animais na pista. Isso quando são registrados, pois muitos nem chegam a ser comunicados. Sobre o resgate, infelizmente, os animais acabam morrendo e não é feito um encaminhamento”, explicou. 

Vitimas fatais

Um dos motivos da ‘invasão’ dos animais nas pistas pode ser a perda do habitat natural, provocado pela expansão urbana e o desmatamento. Porém, além de colocar em risco a existência de algumas espécies, inclusive ameaçadas de extinção, os acidentes causados pelos atropelamentos são responsáveis por ferimentos graves e vítimas fatais entre motoristas e passageiros.

“No ano de 2021 houve 34 acidentes envolvendo animais na rodovia, dos quais quatro foram graves (causaram lesões graves ou morte nos envolvidos). Desses 34 acidentes, houve um total de 40 pessoas feridas e uma morta. Já do início do ano até agora, houve 21 acidentes desse tipo, sendo que cinco foram graves. Ao todo, 22 pessoas ficaram feridas e uma morreu”, concluiu.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp