O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) assinaram um acordo de livre comércio considerado “histórico” pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A parceria entre os blocos formados por Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça, além dos países do Mercosul, visa criar uma zona de livre comércio abrangendo quase 300 milhões de pessoas e um PIB combinado de mais de US$ 4,3 trilhões. A expectativa é que o acordo proporcione acesso a mercados ampliados para mais de 97% das exportações, impulsionando o comércio bilateral e beneficiando empresas e cidadãos dos países envolvidos.
Para que o acordo entre em vigor, ainda são necessárias outras etapas. É preciso traduzir o documento para os idiomas dos países signatários e encaminhá-lo para os processos internos de aprovação em cada nação. O acordo tem como objetivo não apenas facilitar o comércio entre os países, mas também criar novas oportunidades de negócios para agentes econômicos do Mercosul e da EFTA, incluindo pequenas e médias empresas. Além disso, há uma preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, incentivando práticas verdes e sustentáveis nas empresas participantes.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, destacou a importância da força do multilateralismo representada por esse acordo e revelou que as negociações com os Emirados Árabes estão avançadas. Além disso, há expectativa de firmar um acordo entre o Mercosul e a União Europeia ainda este ano, além de possíveis linhas tarifárias com o México. Mesmo diante das incertezas globais, o acordo de livre comércio é visto como uma oportunidade de diversificação e expansão das relações comerciais entre os blocos.
Os impactos econômicos do acordo são significativos, com estimativas apontando um impacto positivo de R$ 2,69 bilhões no PIB brasileiro até 2044, aumento nos investimentos e expansão das exportações. Em 2024, a EFTA representava uma parcela considerável das importações e exportações do Brasil, com destaque para setores como farmacêuticos, químicos e máquinas. A corrente de comércio totalizou bilhões de dólares, evidenciando a relevância da parceria comercial.
Após a assinatura do acordo, os próximos passos envolvem a tradução do documento, a internalização nos processos internos de aprovação de cada país e a ratificação do compromisso. Somente após essas etapas, o acordo entrará em vigor e produzirá seus efeitos jurídicos. Dessa forma, a parceria entre o Mercosul e a EFTA se mostra como um marco na história do comércio internacional, promovendo o crescimento econômico e a cooperação entre os países envolvidos.