O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou que o aguardado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia será assinado no dia 20 de dezembro. A declaração foi feita após a cúpula de líderes do G20, na África do Sul, enfatizando a importância estratégica de um entendimento negociado por mais de duas décadas. Lula destacou a relevância econômica do acordo, mencionando a abrangência de 722 milhões de habitantes e 22 trilhões de dólares de PIB envolvidos, considerando-o possivelmente o maior acordo comercial do mundo. Com o Brasil ocupando a presidência rotativa do Mercosul neste semestre, a conclusão do processo tornou-se uma prioridade.
Apesar da celebração pelo avanço, Lula ressaltou que a assinatura não encerra o trabalho, havendo ainda muitas tarefas a realizar para que os benefícios do acordo sejam efetivamente aproveitados. Na Europa, o acordo passa por etapas, com o Parlamento Europeu precisando aprovar o texto por maioria simples e pelo menos 15 dos 27 Estados-membros, representando 65% da população da UE, ratificarem o acordo. A França tem reservas, considerando-o inaceitável devido a supostas falhas nos requisitos ambientais na produção agrícola e industrial.
Lula rebateu as críticas, acusando a postura protecionista da França em defesa do setor agropecuário local. Enquanto alguns países, como Alemanha e Espanha, enxergam oportunidades comerciais e estratégicas no acordo, há incertezas políticas que podem impactar a ratificação. O presidente brasileiro detalhou o calendário da cúpula, agendando a assinatura para 20 de dezembro em Brasília e a reunião entre os líderes para o início de janeiro em Foz do Iguaçu, devido à disponibilidade do presidente do Paraguai nessa data.
A presença do presidente argentino, Javier Milei, permanece incerta, dada a tensão interna no Mercosul. Apesar das indefinições, Lula mantém a ambição de concluir este acordo comercial relevante.




