Entregador morto ao ser atropelado por motorista de Dodge Ram: promotor propõe acordo no caso
Crime aconteceu em dezembro de 2024, quando o motorista da Dodge Ram entrou na contramão e atingiu o entregador. Com o acordo, ele não será preso e deve pagar indenização ou prestar serviços comunitários.
Novo vídeo mostra o momento em que entregador é atropelado
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) propôs um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) a Alberto Xavier de Mello Neto, de 25 anos, indiciado por atropelar e matar o entregador Pedro Victor de Brito Barbosa, de 21. O acordo é uma alternativa à prisão, e caso aceite, Alberto deve pagar uma indenização ou prestar serviço comunitário.
O acordo foi proposto pelo promotor de Justiça, Guilherme Vicente de Oliveira, substituto da 58ª Promotoria da comarca de Goiânia. De teve acesso à petição enviada à Justiça onde o promotor afirma que “o indiciado faz jus” ao ANPP – entenda abaixo as regras deste acordo.
Ele diz que o MP-GO deve notificar Alberto sobre a possibilidade de acordo, e pede que o processo seja interrompido por 60 dias para que a defesa se manifeste, segundo o documento. O motorista foi indiciado por homicídio culposo na direção de um veículo automotor.
A defesa de Alberto Xavier afirmou, em nota, que caso o acordo seja homologado, “cumprirá corretamente as condições, como vem se posicionando perante o caso desde o início”. Afirma ainda que detalhes serão apresentados somente em juízo, no curso do processo legal – leia abaixo a nota na íntegra.
O acidente aconteceu em 8 de dezembro de 2024, no Viaduto Jamel Cecílio, enquanto Pedro estava entregando pizzas. Um vídeo mostra quando o motorista da Dodge Ram bateu de frente com a moto ao entrar na contramão da pista. A moto ficou no chão após a batida e a caminhonete seguiu e fez uma conversão proibida (veja o vídeo acima).
O QUE DIZ A FAMÍLIA DA VÍTIMA?
Pedro Vitor, vítima de atropelamento, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O advogado Santiago Freire, que representa a família da vítima, acredita que o acordo é uma forma de alguém “de família rica” se livrar da cadeia. “[…] com um valor de indenização muito baixo, o indiciado se livrar da cadeia, se livrar de uma punição maior mesmo tendo matado um pai de família”, disse ele em entrevista à TV Anhanguera.
> “Ao assistir as imagens fica muito óbvio, muito nítido, o tamanho da irresponsabilidade, da inconsequência, da imprudência desse motorista. O fato de ele ter largado o Pedro Vitor agonizando no chão e fugido do local, não prestando socorro, ainda mostra o tamanho da crueldade dele”, disse o advogado da família da vítima.