Acusado de crimes sexuais,Thiago Brennand é solto após ser preso pela Interpol, em Abu Dhabi

O empresário e herdeiro de uma rede de investimentos imobiliários, Thiago Brennand, de 42 anos, foi solto nesta sexta-feira, 14, após pagar fiança, momentos depois de ter sido preso pela Interpol em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Ele é acusado por cerca de 11 mulheres, de cometer uma série de crimes sexuais que envolvem estupro, carcere privado e agressão. Em ao menos dois casos, Brennand teria ainda obrigado mulheres a tatuarem no próprio corpo, as iniciais TFV.

Brennand foi solto após pagar fiança. Ele teve de informar endereço fixo às autoridades e não pode se ausentar dos Emirados Árabes sem comunicar a Justiça. O empresário ainda se comprometeu a comparecer a audiências e a responder ao processo de extradição em liberdade.

Agressão

Brennand ficou conhecido após a divulgação de vídeos que mostram agressões contra a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo em São Paulo. Segundo ela, a violência aconteceu após ela dizer “não” a um convite do empresário para jantar. O suspeito chegou a cuspir no rosto dela e puxar o cabelo da modelo. A promotoria também o acusou de incentivar o filho dele, menor de 18 anos, a xingar a vítima.

A defesa de Brennand nega as acusações de que o empresário agrediu Helena dentro da academia e de que incitou seu filho a xingá-la. Depois da repercussão deste caso, novas denúncias com relatos de estupro, cárcere privado, agressões e ameaças a outras mulheres foram divulgadas.

Brennand descumpriu uma ordem judicial para entregar o passaporte às autoridades no dia 23 de setembro. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), então, decretou a prisão preventiva do empresário em 26 de setembro, atendendo a pedido do Ministério Público. Mas ele estava fora do país desde 3 de setembro, quando viajou para os Emirados Árabes.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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