Acusados de matar advogada a tiros a mando do PCC serão julgados pelo júri popular no Paraná

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Acusados de matar advogada a tiros dentro de carro a mando do PCC vão a júri popular, decide Justiça do Paraná

Eloisa Maria Reis Guimarães foi atingida por 20 disparos. Segundo MP, crime foi
motivado por vingança devido a delação e praticado mediante emboscada. DE
aguarda resposta das defesas dos réus.

Eloisa Maria Reis Guimarães tinha 37 anos — Foto: Reprodução/UEPG

Os três acusados de matar a advogada Eloisa Maria Reis Guimarães a mando da
facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) vão a júri popular, conforme
decisão do Tribunal de Justiça do Paraná.

Eloisa foi morta com 20 tiros dentro do próprio carro em março de 2022. A assessora da vítima, que era passageira do veículo, também foi baleada, mas
sobreviveu. Segundo o Ministério Público (MP), o crime foi motivado por vingança
devido à uma delação que o PCC acreditava ter sido feita pela profissional e
praticado mediante emboscada. Relembre detalhes mais abaixo.

Os réus são Luiz Fernando Everaldo da Silva, Jean Carlos Marques Rodrigues e
Daiane Cardozo. Os três estão presos.

De acordo com o MP, Luiz Fernando foi o mandante do crime, Jean Carlos forneceu
o carro usado pelos assassinos e Daiane repassou informações sobre a localização
da vítima aos outros criminosos enquanto ganhava uma carona dela.

Luiz Fernando responde por homicídio qualificado (por motivo torpe e mediante
emboscada) e corrupção de menor.

Daiane e Jean Carlos são réus por homicídio e tentativa de homicídio
qualificados (por emboscada), e corrupção de menor. Daiane também responde pela
qualificadora de os crimes terem sido cometidos mediante pagamento.

Outros dois suspeitos de envolvimento no crime morreram. Segundo o MP, o
atirador foi baleado em um confronto com a polícia e um adolescente apontado
como motorista do grupo foi morto em um suposto caso de “queima de arquivo”.

Até a publicação desta reportagem, ainda não havia data marcada para o Tribunal
do Júri.

Em nota, o advogado Fernando Madureira, que atua no processo como assistente de
acusação, representando a família de Eloísa, afirma que os familiares ficaram
satisfeitos com a decisão da Justiça.

“A decisão confirmou que os criminosos que ceifaram a vida da vítima serão
julgados por júri popular e que devem continuar presos. Embora não se possa
apagar o sofrimento trazido pela morte de seu ente querido, a atuação firme do
Poder Judiciário ajuda a diminuir a sensação de impunidade”, destaca.

O DE também entrou em contato com as defesas dos réus e aguarda as respostas.

O crime aconteceu na noite de 18 de março de 2022, uma sexta-feira.

De acordo com o Ministério Público, Daiane pediu que Eloísa a levasse para casa
e ficou informando os outros criminosos sobre a localização delas. Após a
criminosa descer do carro, os homens estacionaram atrás do veículo e atiraram
contra a vítima.

Uma assessora da advogada, que também estava no veículo, foi atingida no quadril
e na perna, mas resistiu aos ferimentos.

As investigações apontaram que o crime foi cometido por vingança, a mando do
PCC, porque o grupo acreditava que Eloísa deu detalhes para a polícia sobre a
chegada de um carregamento de drogas da facção. A delação resultou na apreensão
de mais de três toneladas de maconha e na prisão de diversas pessoas – entre
eles, o companheiro da advogada.

Réus que mataram advogada vão a júri popular em Ponta Grossa.

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