Última atualização 14/03/2022 | 10:04
O julgamento sobre o assassinato do jornalista Valério Luiz, que estava marcado para 8h30 desta segunda-feira (14), foi adiado pela terceira vez. O júri popular dos cinco acusados foi remarcado para 2 de maio. O adiamento se deu porque o advogado de defesa do ex-presidente do Atlético Goianiense, Maurício Sampaio, deixou o caso. Agora, um dos acusados de arquitetar o assassinato do jornalista terá este prazo para buscar outro advogado.
O juiz Lourival Machado da Costa presidiria o julgamento hoje, que seria transmitido pelo canal oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ GO) no YouTube. Ao todo, são 30 testemunhas, 7 jurados e 5 réus.
Segundo o advogado de acusação e filho do jornalista, Valério Luiz Filho, o julgamento não pode ser adiado novamente, de acordo com as normas. “Se outro advogado desistir, a defensoria pública vai fazer o júri”, explica. Para Valério Filho, há certa frustração neste terceiro adiamento.
“Mas 2 de maio não está tão longe e nossa expectativa continua grande e firme na condenação de todos eles. Mas fica evidente também a decisão [por parte da defesa] de protelar em cada detalhe, sempre que possível”, argumenta o advogado.
Relembre o caso Valério Luiz
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, no dia 12 de julho de 2012, quando saía da Rádio Bandeirantes 820 AM, onde trabalhava, no Setor Serrinha. Em 2019, o julgamento foi adiado, sob alegação de falta de estrutura para um caso que exigiria grande acomodação. Então, ficou definida, pelo juiz Lourival Machado, da 4ª Vara de Crimes Danosos Contra à Vida, uma nova data. Esta também foi adiada, mas por conta da pandemia
No processo, além de Maurício Sampaio, apontado como mandante do crime contra o jornalista, estão Urbano Carvalho, que trabalhava para Maurício e é acusado de contratar o policial que teria executado Valério; Djalma Gomes, PM que, segundo a acusação, trabalhava como segurança de Maurício e recebia favores por isso; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria colaborado com o planejamento do crime; e ainda Ademá Figueiredo, PM acusado de fazer os disparos que mataram o jornalista. Maurício Sampaio chegou a ser preso, entre fevereiro e maio de 2013, mas aguarda o julgamento em liberdade.
No inquérito policial, foram encontrados elementos suficientes para colocar os suspeitos de matar o jornalista na posição de indiciados. Na mesma linha, o Ministério Público entrou com denúncia, em fevereiro de 2013, iniciando a ação penal. A partir daí, houve audiências, testemunhas foram ouvidas, réus interrogados e advogados das duas partes reuniram provas. Em agosto de 2014, a Justiça decidiu que os acusados deveriam ir à júri popular, decisão confirmada, posteriormente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).