Adolescente que atirou contra colegas aguarda decisão judicial para ser transferido

O adolescente de 14 anos deve permanecer na cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) onde está apreendido desde a sexta-feira (20)

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou hoje (23) que a audiência de apresentação à Vara da Infância e Juventude do adolescente que, na última sexta-feira (20), disparou contra outros alunos de uma escola particular de Goiânia (GO), matando dois estudantes e ferindo quatro, não acontecerá nesta segunda-feira (23), conforme inicialmente anunciado.

Em nota, a assessoria do tribunal se limitou a comunicar à imprensa que o Juizado da Infância ainda não designou a data da audiência e que, por razões legais, não fornecerá novos detalhes sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.

Até a realização da audiência, o adolescente de 14 anos deve permanecer na cela da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais onde está apreendido desde a sexta-feira. Na noite de sábado (21), a juíza Maria Cezar Moreno Senhorelo – que não responde pela Vara da Infância e Juventude, mas estava de plantão – acatou a recomendação do Ministério Público estadual e determinou a internação provisória do adolescente por 45 dias.

Pela decisão da juíza, o garoto deveria ser transferido para o Centro de Internação Provisória (CIP) da capital goiana, onde aguardaria o julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ontem (22), no entanto, a mesma juíza acatou o pedido da defesa do autor dos disparos e determinou que o adolescente permaneça na cela de uma delegacia até ser apresentado ao Juizado da Infância e Juventude. Segundo a advogada que defende o estudante, o centro de internação não é seguro para o adolescente, uma vez que seus pais são policiais militares e seu pai já atuou no sistema prisional. O MP também solicitou que o adolescente seja colocado em separado dos demais internos.

Em depoimento ao MP e à Polícia Civil, o jovem afirmou ter premeditado o crime, tendo, inclusive, pesquisado por seis meses, na internet, sobre armas e ataques em escolas, como os ocorridos em um colégio de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, e em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011.

Depoimentos

A Polícia Civil retomou hoje os depoimentos sobre o caso. Durante a manhã, o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, ouviu o pai do adolescente autor dos disparos. Também serão ouvidos os pais das vítimas do ataque, além da coordenadora do colégio, Simone Maulaz Elteto, e outras testemunhas, como os primeiros policiais militares que chegaram ao local da ocorrência.

Foi a coordenadora escolar quem conseguiu acalmar o jovem, convencendo-o a parar de atirar contra os estudantes.

Fonte: Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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