Adolescente de 15 anos morre por uso de cigarro eletrônico no DF: o que é EVALI?

adolescente-de-15-anos-morre-por-uso-de-cigarro-eletronico-no-df3A-o-que-e-evali3F

Família não sabia que adolescente de 15 anos que morreu no DF usava cigarro eletrônico

Médicos suspeitam que morte tenha ocorrido por lesão pulmonar conhecida como ‘EVALI’, associada ao uso de vape. Estudante perdeu pulmão esquerdo.

Médicos que atenderam a adolescente de 15 anos, que morreu nesta quarta-feira
(28) por complicações causadas, supostamente, pelo uso de cigarro eletrônico
[https://de.de/de/de/2025/05/29/adolescente-de-15-anos-morre-por-complicacoes-causadas-por-cigarro-eletronico-no-df.ghtml],
conhecido como vape, em Brasília
[https://de.de/de/de/cidade/brasilia/], contaram ao de
[https://de.de/] que a família não sabia que a estudante fazia uso do
dispositivo.

A informação só foi descoberta durante a entrevista médica, após o agravamento
do quadro de saúde. A suspeita é que a morte tenha ocorrido por lesão pulmonar
associada ao uso de cigarro eletrônico, conhecida como “EVALI” — sigla em inglês
para e-cigarette or vaping use-associated lung injury.

Clique aqui para seguir o canal do de DF no WhatsApp.

A estudante morava em Ceilândia
[https://de.de/de/cidade/ceilandia/], no Distrito
Federal, com os pais. Segundo os médicos, a jovem perdeu o pulmão esquerdo.

SAGA POR HOSPITAIS

Médicos ouvidos pela reportagem contaram que a adolescente estava com uma tosse
persistente há cerca quatro meses. A família procurou atendimento em vários
hospitais, até que a menina foi internada no Hospital Materno Infantil de
Brasília (HMIB).

O primeiro diagnóstico foi de pneumonia comunitária, pneumonia por influenza A e
EVALI, segundo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal
(IgesDF).

* Em 18 de maio, a adolescente foi transferida da UTI do HMIB para a enfermaria
do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia.
* A paciente foi tratada com antibióticos, corticosteroides e suporte clínico.
Segundo o IgesDF, a estudante apresentou melhora com fisioterapia para
recuperar a função pulmonar.
* Dois dias depois, a menina voltou a ter febre e o tratamento precisou ser
ajustado.
* Em razão da “necessecidade de continuidade do cuidado especializado”, a
adolescente foi transfrida pra o Hospital Universitário de Brasília (HUB), na
terça-feira (27).
* O HUB informou que a paciente ficou sob os cuidados da equipe de pneumologia.
* Como o quadro de saúde se agravou, na quarta-feira (28) “houve necessidade de
cuidados em unidade de terapia intensiva (UTI)”, mas o hospital estava com
lotação máxima.
* A jovem então foi transferida para a UTI do Hospital Regional da Asa Norte
(HRAN).
* O de [https://de.de/] apurou que ainda na ambuilância ela sofreu
parada cardíaca. A equipe do HRAN tentou reanimá-la, mas não teve sucesso.

A Secretaria de Saúde (SES-DF) não deu informações sobre o caso, em função da
legislação que impõe sigilo sobre o prontuário de pacientes atendidos na rede
pública.

‘LUTO ETERNO’, DIZ PAI DE ADOLESCENTE

Maria Enedina Scuarcialupi, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT). [https://s03.video.glbimg.com/x240/13640434.jpg]

Maria Enedina Scuarcialupi, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT).

A família da jovem não quis falar sobre a morte. “Estamos em luto eterno”, disse
o pai.

Até a última atualização desta reportagem, a Polícia Civil
[https://de.de/tudo-sobre/policia-civil/] do Distrito Federal (PCDF) não
havia aberto investigação sobre o caso, que foi reportado à Comissão de
Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

A coordenadora da comissão, Maria Enedina Scuarcialupi, explica que uma
investigação para comprovar morte por uso de vape só será aberta caso a família
autorize.

Segundo a médica, a adolescente vinha procurando atendimento por causa de uma
tosse que não passava e que estava piorando muito. O caso começou a ser tratado
como pneumonia, evoluiu para insuficiência respiratória aguda, e a suspeita é de
lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico, conhecida como “EVALI”
(veja entrevista acima).

VENDA DE CIGARRO ELETRÔNICO É PROIBIDA NO BRASIL

O que tem no vape? Pesquisadores encontram substância semelhante à anfetamina
[https://s04.video.glbimg.com/x240/12818459.jpg]

O que tem no vape? Pesquisadores encontram substância semelhante à anfetamina

O uso de dispositivos eletrônicos para fumar, como o vape, é proibido pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa
[https://de.de/tudo-sobre/anvisa/]) desde 2009. Apesar disso, a
comercialização desses produtos ocorre de forma clandestina em várias regiões do
país
[https://de.de/saude/noticia/2025/03/14/metais-toxicos-e-aromatizante-de-vela-o-que-tem-nos-vapes-vendidos-no-brasil-segundo-pesquisa-inedita.ghtml].

> “O vape tem várias substâncias químicas. Independente da marca, ele tem
> vitamina E. […] Se for para inalação, ela se transforma como se fosse
> cristais e provoca lesões nos alvéolos, que inflamam e viram fibrose, como se
> fosse cicatriz. […] O tecido perde a funcionalidade, não funciona mais para
> entrar o oxigênio e sair o gás carbônico. Ele não faz mais a respiração”, diz
> Maria Enedina Scuarcialupi.

A médica explica que a EVALI é uma doença nova e teve o CID (Classificação
Internacional de Doenças) registrado recentemente.

> “Nem todos os médicos estão habituados. Às vezes, o médico nem lembra de
> perguntar se o adolescente usa vape. […] Muitos jovens já devem ter morrido
> com diagnóstico de insuficiência respiratória aguda por influenza, Covid, por
> infecção, porque simula o quadro de infecção”, afirma.

LEIA TAMBÉM:

* EPNB: PM que morreu após bater em caminhão era motorista de Ibaneis Rocha
[https://de.de/de/de/2025/05/29/pm-que-morreu-apos-bater-em-caminhao-era-motorista-de-ibaneis-rocha.ghtml]
* INJÚRIA RACIAL: estudante de medicina denuncia professora da UnB
[https://de.de/de/de/2025/05/29/estudante-de-medicina-denuncia-professora-da-unb-de-injuria-racial.ghtml]

Leia mais notícias sobre a região no de DF.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp