‘Preta nojenta’ e ‘cabelinho duro’: adolescente de Brasília sofre ofensas racistas em vídeo publicado nas redes sociais
Caso aconteceu no Centro de Ensino Fundamental 214 Sul, na Asa Sul. Escola diz que estudante que gravou vídeo será transferido.
Uma adolescente de 15 anos foi vítima de ofensas racistas feitas por um colega de escola, em um vídeo publicado nas redes sociais (veja vídeo acima).
O caso aconteceu no Centro de Ensino Fundamental 214 Sul, na Asa Sul, em Brasília, no dia 24 de setembro.
No vídeo o menino chama a colega de “preta nojenta”.
Em nota, a Secretaria de Educação disse que o estudante que proferiu ofensas racistas será transferido de escola. O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar (veja íntegra no final da reportagem).
A mãe da vítima, que preferiu não se identificar, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Criança e do Adolescente e procurou a escola para comunicar o caso. Ela contou que o menino gravou o vídeo após uma confusão entre alunos na escola.
Segundo a delegada da Delegacia da Criança e do Adolescente 2, Valeria Martirena, crianças e adolescentes não cometem crimes, e sim ato infracional.
Segundo dados da Polícia Civil do Distrito Federal, de janeiro a agosto deste ano, já foram registrados 39 ocorrências de racismo. O número representa um aumento de 39% em relação ao mesmo período de 2024.
Dados obtidos pela Lei de Acesso a Informação mostram que 28% dos casos de racismo no DF ocorrem pela internet. Entre as regiões administrativas, o Plano Piloto lidera o ranking, concentrando 45% dos casos.
“A direção do Centro de Ensino Fundamental 214 Sul informa que, embora o fato tenha ocorrido fora das dependências da escola, os estudantes envolvidos foram identificados e as medidas cabíveis já foram adotadas. Assim que tomou conhecimento da situação, a equipe gestora comunicou as famílias e orientou os responsáveis pela estudante ofendida a registrarem boletim de ocorrência. O estudante que proferiu ofensas racistas será transferido de escola e acompanhado pela Assessoria Especial de Cultura de Paz e pela Diretoria de Direitos Humanos e Diversidade. O caso também foi encaminhado ao Conselho Tutelar.