Um adolescente de 17 anos foi apreendido após atirar coquetéis molotov em um homem em situação de rua que dormia em uma calçada na Zona Oeste do Rio. O crime foi filmado e transmitido ao vivo pelo Discord, um aplicativo popular entre jovens, usado para disseminar conteúdo perturbador. As cenas do ataque foram vistas por 141 pessoas na plataforma.
O ataque ocorreu na Avenida Geremário Dantas, no bairro do Pechincha, a cerca de 500 metros da casa do jovem. A vítima, Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras em quase todo o corpo e está internado no Hospital Lourenço Jorge, com estado de saúde estável. As investigações indicam que o ataque foi motivado por um desafio de crimes de ódio.
Conexões criminosas
O adolescente teria recebido cerca de R$ 2 mil de um indivíduo não identificado para cometer o crime. Ele participa de comunidades ligadas a crimes de ódio e utiliza o codinome “Eu odeio favela” em uma das plataformas. A família do jovem o reconheceu nas imagens e procurou a delegacia, levando à sua detenção.
No celular do adolescente, os agentes encontraram arquivos de abuso sexual infantil. Ele vai responder por tentativa de homicídio triplamente qualificada e armazenamento de imagens de abuso sexual. Um homem que filmou o ataque, Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, um militar de 20 anos, também foi preso e irá responder por múltiplos crimes, incluindo tentativa de homicídio.
As autoridades identificaram o adolescente após o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça oficiar o Discord, que forneceu informações sobre a conta de e-mail e o IP do usuário. A avó e a irmã do jovem reconheceram a imagem e buscaram a Delegacia do Tanque.