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Adolescente é denunciado após arrancar pedaço da orelha de colega autista

Última atualização 31/05/2023 | 10:51

Um adolescente de 16 anos foi denunciado por arrancar parte da orelha de um estudante autista de 12. O menino teria mordido o mais novo durante uma briga em uma escola estadual de Goiandira, no sudoeste de Goiás. De acordo com a tia do ferido, a agressão ocorreu no refeitório da unidade de ensino, após o mais velho ter provocado o garoto com tapas e o “prender” com uma gravata.

 

No momento em que foi imobilizado pelo adolescente, o garoto autista mordeu o dedo dele ao tentar se defender. Porém,  isso acarretou na perda de uma parte da orelha dele. Poliana Aparecida, tia do ferido, relatou que o sobrinho vinha sendo importunado pelo suspeito há meses e chegou a informar a diretora da escola, mas nada foi feio.

 

“O adolescente deu alguns tapas no pescoço dele, que foi até a coordenação e reclamou. Quando o meu sobrinho voltou para a sala, ele levou tapas do estudante novamente. Neste momento, ele foi falar com a diretora, que informou que iria resolver o problema depois do recreio. Ele foi para o refeitório, onde voltou a ser agredido e acabou jogando um copo com suco no outro aluno, mas não o acertou”, disse Poliana

 

Após o episódio, o estudante foi encaminhado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, mas logo recebeu alta. Apesar de já ter passado uma semana desde o dia da agressão, ele ainda sente dores e ressalta que não quer voltar à escola.

 

“Ele está assustado, chora muito, traumatizou ele. Não está conversando com a gente, fica mais calado. Está tomando medicação e estamos esperando para fazer um enxerto. Se a diretora tivesse dado atenção isso não teria acontecido”, contou.

 

O caso é investigado pela Polícia Civil (PC). O delegado Fernando Maciel relatou que ouviu os familiares da vítima e que irá pedir um novo exame de corpo de delito para saber se a lesão será permanente.

 

De acordo com o Maciel, as investigações continuarão para entender o que ocorreu na unidade de ensino e se houve omissão por parte da escola, como denunciado pela família do garoto.

 

“Se confirmado que houve perseguição e a agressão, o adolescente irá responder por ato infracional análogo ao crime de lesão corporal. Se a agressão causar uma deformidade permanente, ele vai responder por ato infracional análogo ao crime de lesão corporal grave”, concluiu.