Adolescente é suspeito de desviar R$ 2 milhões com doações para ajudar o RS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu na última sexta-feira, 24, mandados de busca e apreensão contra acusados de fraudar doações para o estado do RS. Entre os alvos está um adolescente de 16 anos, que se identifica como Dr. Money, suspeito de cometer os crimes, morador de Balneário Camboriú.

Os mandados cumpridos fazem parte de uma nova fase da Operação Dilúvio Moral, coordenada pela Força-Tarefa Cyber. As investigações apontam a existência de ‘vaquinhas’ falsas que simulavam doações aos municípios gaúchos afetados, mas que na verdade se tratava de estelionato.

Na casa do jovem, a polícia apreendeu computadores, celulares e equipamentos eletrônicos utilizados para aplicar os golpes. A apreensão foi realizada em um imóvel de luxo, que era alugado pelo jovem por R$ 30 mil mensais.

A investigação descobriu que o menor era emancipado e que usava as redes sociais para ostentar um alto padrão de vida.

Golpe

Segundo a investigação, o jovem teria criado um site que simulava o portal oficial do Governo do Rio Grande do Sul e constava com um link para doações aos municípios afetados pelas cheias. A plataforma direcionava os cidadãos para uma nova página, que simulava o site Vakinha.

No portal, os internautas encontravam uma campanha de arrecadação de doações. Ainda segundo a investigação, o layout da página foi alterado para mostrar que a “campanha” já havia arrecadado mais de R$ 2,7 milhões e que impulsionava o link para as redes sociais. O valor, segundo a PC-RS, era fictício.

Todo o valo doado na página era destinado a uma conta administrada pelos fraudadores e que estava vinculada a uma empresa de treinamentos, que tem como sócio o menor de idade. Assim, o dinheiro era captado como proveniente da ‘venda’ de produtos ou serviços.

A investigação retirou as páginas do ar e bloqueou as contas bancárias vinculadas ao CPF e CNPJs dos investigados. Agora, com os materiais em posse, a força de segurança seguirá a investigação do caso para buscar novas provas ou suspeitos de participarem dos crimes.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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