Adolescente mantida em cárcere por dois anos fugiu de madrugada após encontrar escada esquecida em quintal
A jovem de 16 anos pediu ajuda para uma vizinha em um ponto de ônibus, por volta das 6h. Segundo a polícia, a mãe, o padrasto e outra mulher foram presos após o resgate.
Adolescente mantida em cárcere pela mãe conseguiu escapar após pular muro
Adolescente mantida em cárcere pela mãe conseguiu escapar após pular muro
A adolescente que foi mantida presa em casa por dois anos em Goiânia conseguiu fugir de madrugada após encontrar uma escada esquecida no quintal, segundo apuração do repórter John William, da TV Anhanguera. Depois de fugir, a jovem conseguiu pedir ajuda para uma moradora, que ligou para o pai dela.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados, portanto, o DE não conseguiu contato com as defesas. Clique aqui e siga o perfil do DE Goiás no WhatsApp
O caso aconteceu no Setor Leste Universitário, na capital, mas mãe e filha são de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a polícia, a mãe, o padrasto e outra mulher, que formavam um trisal, foram presos na última sexta-feira (21).
De acordo com as informações, depois que conseguiu fugir, a jovem pediu ajuda para uma vizinha que chegava de viagem, por volta das 6h, em um ponto de ônibus. Em entrevista para a TV Anhanguera, Albanita Aires Marques Vilas Boas relatou que a menina pediu que ela ligasse para o pai.
“Mora, por favor, faz uma chamada para mim. Eu me assustei porque ela estava muito magra, muito debilitada, com uma sacola na mão. Daí eu perguntei: ‘Para quem?’ e ela falou ‘Meu pai'”, contou a dona de casa.
A adolescente foi atendida no Hospital da Mulher (Hemu) e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) para avaliar as lesões e verificar se houve violência sexual.
Ao DE, a Delegacia Estadual da Mulher (Deam) disse que os suspeitos estão detidos, mas não deu mais informações sobre o caso. O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e deve prosseguir em sigilo até o fim do inquérito.
Em entrevista à TV Anhanguera, a conselheira tutelar Aline Pinheiro Braz dos Santos disse que a adolescente era constantemente punida por questões banais e que suspeitos “criavam formas de punir”.
“Simplesmente por não gostar da forma que ela fez alguma coisa. A punição talvez era não tomar banho, ficar a noite inteira de joelho. Ela ficava três dias ou mais sem se alimentar. Ela está bastante machucada das agressões que sofria”, disse Aline.
De acordo com o pai da adolescente, que veio para Goiânia depois de saber a situação em que a filha se encontrava, ele não conseguiu manter o contato com ela depois do fim do casamento, porque a mãe o impedia.
No Boletim de Ocorrência obtido pela TV Anhanguera, a adolescente relatou que as agressões eram feitas com cabos elétricos, madeiras, tubos de PVC e queimaduras por cigarro. Além disso, ela também relata que os suspeitos a faziam acreditar que merecia os maus-tratos por ser “uma pessoa ruim”.




