Adolescente que matou colega a facadas em Goiânia teria mais dois alvos, diz delegado

O adolescente de 13 anos que matou a colega e vizinha Tamires de Paula, de 14 anos, na tarde de ontem (24) no Jardim América, queria matar mais duas vítimas: ambas do sexo femino e que estudavam na mesma escola que o autor do crime. Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, titular da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) e responsável pelo caso, o menor planejava os homicídios desde que comprou uma faca, em junho deste ano, e seus alvos sempre foram mulheres.

(Veja o vídeo da entrevista do delegado)

“A intenção dele sempre foi matar alguém e ele tinha como alvo três adolescentes,colegas de sala que eram do sexo feminino, uma delas era a vítima que ele matou ontem. O alvo dele era meninas em razão do porte físico ser mais fraco e mais vunerável, o que facilitaria a execução do homicídio”, explicou o delegado que confirmou que o caso é enquadrado em uma ação de feminicídio, quando a vítima é escolhida apenas pelo fato de ser mulher.

O adolescente teria comprado a faca após receber dinheiro da família como presente de aniversário, no final de junho. Desde então ele levava a arma para a escola e confessou ao delegado que esperava apenas “uma oportunidade” para atacar as vítimas.

De acordo com Gonzaga Júnior, o rapaz, que morava no mesmo prédio que Tamires, teria esperado a vítima na porta do elevador. No momento em que ela saiu , ele a surpreendeu e deu vários golpes da cabeça dela contra a parede. Como a adolescente ainda estava viva, ele então sacou a arma e deu várias facadas contra o corpo da vítima. A brutalidade foi tanta que a lâmina da faca entortou.

Em depoimento, o autor não quis dizer os motivos que tinha para matar Tamires. Em relação as outras meninas que estavam em sua lista para serem executadas estavam uma menor que tinha uma relação afetuosa pelo rapaz e outra que era tida como popular na escola.

“Uma ele queria matar porque ela gostava dele, outra ele quis matar porque queria ver o luto da sala porque ela era uma pessoa mais popular na escola. Em relação a vítima em si ele não quis falar especificamente porque quis matar”, contou o delegado.

O investigador também disse que até o momento o adolescente não mostrou arrependimento pelo crime cometido.

Histórico
Segundo Gonzaga Júnior, o histórico de violência do garoto é nula. Ele não tem antecedentes criminais e casos de violência na escola ou na família. O adolescente vivia com os pais e mais três irmãos em uma família que considerada pelo investigador como “estruturada”. O autor também não teria histórico com o uso de bebidas alcóolicos ou outras drogas e seria uma pesssoa “extrovertida” e “tranquila”.

Para o delegado, “é um caso totalmente atípico”.

O menor e a família é acompanhado por uma psicóloga da Secretaria de Cidadania e já prestou depoimento a Polícia Civil. Ele será encaminhado juntos aos autos criminais ao Ministério Público que deverá manifestar a posição. Posteriormente ele será levado ao juizado que poderá decretar a internação do adolescente entre o período de um mês a três anos.

A investigação ainda deve ouvir testemunhas de antes e depois do crime e que tinham contato com os adolescentes para segundo o investigador, “entender o real motivo do crime”. Celular e computador do autor já foram apreendidos e segundo o delegado nenhuma possibilidade é descartada no momento.

*Com Ricardo Castro

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Procurador da República abre inquérito para investigar ação da PRF

O procurador da República no Rio de Janeiro, Eduardo Santos de Oliveira Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial, instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar os motivos que levaram três policiais rodoviários federais a atirarem diversas vezes contra um carro com cinco pessoas da mesma família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), na véspera de Natal. Um dos tiros atingiu a jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, na cabeça. O pai de Juliana, Alexandre Rangel, sofreu um ferimento na mão.

Na medida, o procurador determina que a Polícia Federal fique à frente das investigações e que a Polícia Rodoviária Federal forneça a identificação dos agentes envolvidos no caso e a identificação dos autores dos disparos contra o carro da família.

Benones determinou ainda o afastamento imediato das funções de policiamento dos agentes envolvidos, além do recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance em poder dos agentes rodoviários, independente de terem sido usadas ou não para a realização de perícia técnica. Ele também quer saber se a PRF prestou assistência às vítimas e seus familiares e qual é o tipo de assistência.

O procurador da República Eduardo Benones determinou ainda que a Polícia do MPF faça diligências no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde Juliana está internada, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, e a identidade da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento da paciente.

Benones também expediu ofício à Concessionária Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) requisitando as imagens da noite do dia 24, entre 20h e 22h.

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