Última atualização 31/12/2022 | 18:24
O Ministério da Saúde incluiu adolescentes de 15 anos no programa de adquirir a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. Este é um método estratégico adicional de proteção contra o vírus e qualquer pessoa com peso corporal igual ou superior a 35kg, que tenha uma vida sexualmente ativa, e se exponha a risco de infecção, poderá utilizá-lo. Até o início de setembro deste ano, a idade mínima para obter a medicação era de 18 anos.
O programa foi efetuado durante o governo de 2017, e o tratamento consiste no uso oral e diário de um comprimido composto por antirretrovirais permitindo ao organismo criar uma barreira contra o contato com o vírus.
O tratamento da profilaxia pós-exposição (PEP), dura 28 dias e é feito após atividade sexual de risco ou acidente biológico ocorridos há, no máximo, 72 horas. De acordo com o novo protocolo, o acesso a serviços, orientações e consultas é garantido a adolescentes menores de idade sem a presença ou autorização de um responsável. No entanto, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ressalta que situações de risco à vida e de internação em hospitais devem ser comunicadas aos adultos.
Perfis Vulneráveis
Os perfis mais vulneráveis a infecção pelo vírus são gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, travestis, trabalhadores do sexo e pessoas que mantêm parcerias soro discordantes. Porém, eles não são os únicos suscetíveis ao contágio. A depender das práticas sexuais, qualquer pessoa pode estar em risco de infecção pelo HIV e quem vive com o vírus não necessariamente desenvolve a Aids.
A epidemiologista e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Inês Dourado ressalta que o estigma contra essa comunidade é o obstáculo na busca por assistência. Ela ainda afirma que esta ampliação do acesso à PrEP foi essencial.
Dourado também é uma das coordenadoras do PrEP 1519, projeto que é o único da América Latina a investigar a efetividade do método em adolescentes de 15 a 19 anos.
O Painel PrEP, ferramenta do Ministério da Saúde, aponta que, ao todo, 44.084 brasileiros usam o medicamente, e 18 mil deles se encontram no estado de São Paulo.