Adolescentes são punidos por assistir séries de TV sul-coreanas na Coreia do Norte

Adolescentes são punidos por assistir séries de TV sul-coreanas na Coreia do Norte

Dois adolescentes foram condenados a 12 anos de trabalho forçado por assistirem doramas (séries de televisão sul-coreanas) na Coreia do Norte. Imagens raras obtidas pela BBC Korean mostram o momento em que os jovens de 16 anos são punidos publicamente pelas autoridades norte-coreanas.

Vale lembrar que qualquer tipo de entretenimento sul-coreano é extremamente proibido na Coreia do Norte. Porém, mesmo sabendo os riscos, alguns se dispõe a experimentar a cultura do país vizinho, que é popularmente conhecida pela produção de K-pop e doramas.

O vídeo em questão foi fornecido à BBC pelo Instituto de Desenvolvimento Sul e Norte (Sand), uma entidade de pesquisa que trabalha com desertores do norte e sugere que o governo norte-coreano se encontra cada vez mais severo com “incidentes” do tipo.

A gravação foi distribuída no país como forma de educação ideológica para alertar os cidadãos norte-coreanos a não assistirem o que foi considerado “vídeos decadentes”.

“A cultura do regime de marionetes decadente se espalhou até mesmo para os adolescentes. Eles têm apenas 16 anos, mas arruinaram o próprio futuro”, diz a voz do narrador do clipe.

Os dois garotos foram identificados pelos oficiais e tiveram os endereços divulgados. Antigamente, no país, menores que infringiam a lei eram enviados a campos de trabalho juvenil e a punição era inferior a cinco anos. Em 2020, porém, o ato de assistir ou distribuir entretenimento sul-coreano tornou-se passível de pena de morte.

Em entrevista a CEO da Sand, Choi Kyong-hui, revelou que a capital Pyongyang enxerga a disseminação de k-dramas e kpop como uma ameaça a sua ideologia.

“A admiração pela sociedade sul-coreana pode levar rapidamente ao enfraquecimento do sistema…Isso vai contra a ideologia monolítica que faz os norte-coreanos reverenciarem a família Kim”, disse ela.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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