Mau tempo adia transferência de advogada que salvou mãe e criança de incêndio
para hospital referência em tratamento de queimados no Paraná
Juliane Vieira, de 28 anos, teve 70% do corpo queimado após salvar mãe e o primo
de incêndio em Cascavel. Ainda não há previsão sobre uma nova tentativa de
transferência.
O mau tempo registrado na tarde desta quinta-feira (16), em Cascavel,
no oeste do Paraná, adiou a transferência hospitalar da advogada Juliane Vieira, de 28 anos, que se
pendurou em um suporte de ar-condicionado para salvar a mãe e o primo durante um
incêndio no apartamento em que eles moravam. Ela seria levada ao Hospital Universitário
(HU) de Londrina, no
norte do estado, que é referência no estado para o tratamento de queimados.
A vítima teve queimaduras em 70% do corpo,
inalou bastante fumaça, e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel.
O HUOP informou que Juliane saiu da UTI para o aeroporto de Cascavel às 15h24,
com suporte da ambulância Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Contudo, as condições climáticas impediram a transferência aérea da jovem e foi
preciso levá-la de volta ao hospital.
“Neste momento, ela já está internada novamente na UTI e segue sendo
monitorada e recebendo todos os cuidados necessários. Seguimos mantendo os
protocolos e reiteramos o compromisso com o bem-estar e segurança da
paciente”, informou o hospital.
Ainda não há previsão sobre uma nova tentativa de transferência.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar),
às 16h houve o registro de uma rajada de vento de 110,5 quilômetros por hora em
Cascavel.
Navegue nesta reportagem para entender o caso:
1. Como foi o incêndio
2. Vizinhos ajudaram no resgate
3. Quem são os outros feridos
Apartamento pega fogo no PR, e vítima se pendura para salvar mãe e criança
O incêndio foi em um apartamento no 13º andar e começou na manhã desta
quarta-feira (15). O edifício fica no cruzamento das ruas Riachuelo e Londrina,
no bairro Country.
Conforme apurado pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o fogo foi visto por
trabalhadores de uma obra ao lado do prédio. Eles foram até a portaria do
condomínio e avisaram o porteiro, que informou os moradores, desligou o gás e a
energia, e disparou o alarme de incêndio.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram a mulher pendurada na parte externa
do prédio, em cima de um suporte de ar-condicionado, fazendo o resgate. Assista
ao vídeo acima.
No apartamento, estavam Juliane, a mãe dela e o primo de 4 anos. Todos estavam
dormindo quando o fogo começou. A prima dela, que é mãe da criança e também vive
no imóvel, havia saído para ir à academia e não estava no local no momento do
incêndio, segundo apurou a RPC.
Depois de sair pela janela e fazer o resgate, Juliane foi retirada pelos
bombeiros.
Os outros moradores do prédio saíram do local em segurança.
As chamas foram controladas e o apartamento, que ficou destruído, isolado para
inspeção técnica.
No início da tarde do mesmo dia, houve uma perícia.
Conforme o perito Rodrigo Cavalcante de Oliveira Neves, a suspeita é de que o
fogo tenha começado entre a cozinha e a sala, de forma acidental.
O laudo deverá ser concluído em aproximadamente dois meses.
Vizinhos ajudaram Juliana a realizar o resgate da mãe e do filho da prima dela
pelo apartamento de baixo. Patrick de Andrade foi um deles, e contou que o único
medo era de que a mulher acabasse caindo.
“Os outros moradores do prédio saíram do local em segurança.
Além de Juliane, Sueli, mãe dela de 51 anos, teve queimaduras graves no rosto,
braços, pernas e inalou fumaça. Além disso, teve as vias respiratórias
queimadas. Ela está internada no Hospital São Lucas, de Cascavel. Na manhã desta
quinta-feira (16), a unidade informou que ela permanecia sedada e em estado
grave na UTI.
O menino de 4 anos, filho da prima de Juliane, teve queimaduras no quadril, nas
pernas, nas mãos e no rosto. Ele também inalou fumaça e foi transferido ao
Hospital Evangélico Mackenzie, de Curitiba.
Segundo a unidade de saúde, o menino passou por procedimentos e permanece
internado em leito de UTI Pediátrica.
Um bombeiro que ajudou no resgate teve queimaduras de 1º, 2º e 3º grau nos
braços, nas mãos e em parte das costas. Ele está internado.
Outro bombeiro teve queimaduras nas mãos e recebeu alta.




