O advogado de Rodrigo Bacellar expressou confiança de que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) não referendará a prisão do deputado. De acordo com ele, a defesa ainda não teve acesso à íntegra da decisão que decretou a detenção, mas considera-a totalmente desproporcional, uma vez que não há evidências de conduta ativa por parte de Bacellar para burlar a Justiça. A defesa está confiante de que a prisão será suspensa pela Casa.
A prisão de Rodrigo Bacellar está ligada ao vazamento de informações sigilosas da ação que resultou na prisão do ex-deputado estadual TH Jóias em setembro. De acordo com a Polícia Federal, o vazamento causou obstrução na investigação da Operação Zargunq, que revelou a conexão de TH com a facção criminosa Comando Vermelho. As mensagens trocadas entre Bacellar e TH são consideradas como prova do possível vazamento de informações.
A prisão de Bacellar será analisada primeiramente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj. Após o parecer favorável do presidente da comissão, Rodrigo Amorim, a decisão será votada pelo plenário da Casa. Se o parecer receber a maioria dos votos, a prisão será revogada. Todo o processo deverá seguir as etapas legais estabelecidas pelo regimento interno da Alerj.
A operação que resultou na prisão do deputado faz parte da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635/RJ, que visa investigar as conexões entre grupos criminosos e agentes públicos no estado. A PF alega que Bacellar estava atuando ativamente para obstruir investigações relacionadas ao crime organizado, o que levou à sua detenção. O ministro Alexandre de Moraes assinou a petição que fundamenta a prisão do deputado.
Segundo a Polícia Federal, Bacellar foi o primeiro contato urgente de TH Jóias, evidenciando uma comunicação importante entre os dois. As mensagens compartilhadas entre eles foram utilizadas como prova de que Bacellar tinha conhecimento prévio da operação policial e orientou TH Jóias sobre como agir para destruir provas incriminatórias. A suspeita de vazamento da ação se intensificou pelo comportamento de TH Jóias antes da prisão.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ainda não emitiu uma posição oficial sobre a prisão de Rodrigo Bacellar. A Casa aguarda mais informações para tomar as medidas cabíveis. A avaliação do caso está sendo aguardada com atenção tanto pela defesa do deputado quanto pela opinião pública, dadas as gravidades das acusações e das provas apresentadas pela Polícia Federal. O desenrolar desse caso determinará o futuro político de Bacellar e sua relação com a Alerj.




