Durante a defesa do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no julgamento que investiga seu possível envolvimento na trama golpista de 2022, o advogado Anderson Rodrigues de Almeida utilizou argumentos baseados em dados de abstenção eleitoral para afirmar que seu cliente não prejudicou eleitores do ex-presidente Lula. A ministra Cármen Lúcia, por sua vez, contestou veementemente essas alegações durante a sustentação oral no tribunal.
Ao apresentar as estatísticas referentes à abstenção nas eleições de 2022, Anderson Rodrigues de Almeida tentou demonstrar que os eleitores que deixaram de votar não foram influenciados pelas ações de seu cliente, o que refutaria a acusação de prejudicar a candidatura de Lula. No entanto, Cármen Lúcia destacou que a participação de Silvinei Vasques na trama golpista poderia ter consequências indiretas sobre a participação dos eleitores, independente do comparecimento às urnas.
A ministra ressaltou a gravidade das acusações contra o ex-diretor da PRF e apontou que sua possível participação em ações que visavam desestabilizar o processo eleitoral não poderia ser avaliada apenas com base em dados de abstenção. Cármen Lúcia questionou a ética das práticas atribuídas a Vasques e reforçou a necessidade de analisar o contexto histórico e político em que tais eventos ocorreram.
Apesar da defesa baseada em estatísticas apresentada por Anderson Rodrigues de Almeida, a ministra Cármen Lúcia manteve seu posicionamento crítico em relação às alegações feitas em favor de Silvinei Vasques. A magistrada enfatizou a importância de garantir a lisura e a transparência nos processos eleitorais e destacou a necessidade de responsabilização no caso de eventuais interferências indevidas.
Diante da contestação da ministra, a defesa de Silvinei Vasques precisou rever seus argumentos e buscar novas formas de sustentar a inocência de seu cliente diante das acusações de participação em atividades golpistas durante as eleições de 2022. O embate entre o advogado e Cármen Lúcia evidenciou a complexidade do caso e a importância de uma análise criteriosa dos fatos apresentados durante o julgamento.