O advogado da família de Marília Mendonça, Robson Cunha, afirmou que a demora para concluir o inquérito policial sobre o acidente que matou a cantora sertaneja causou angústia nos familiares. Além disso, ele relatou que os resultados, que foram divulgados na quarta-feira, 04, quase dois anos após o acidente, apresentam “argumentos rasos”.
Conforme concluiu a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a responsabilidade do acidente que matou Marília Mendonça foi do piloto e do copiloto, por negligência e imprudência. Ambos também faleceram na queda do avião, mas foram acusados de homicídio culposo.
Em nota, o advogado informou que a conclusão da PCMG deixou os familiares com mais dúvidas do que respostas. “O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, disse.
Ele ainda afirmou que a demora para entrega do inquérito e a ausência de provas técnicas comprova que a corporação apenas “aguardava a conclusão do laudo do CENIPA [Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos] para entregar o relatório final”.
O advogado reforça ainda que a demora estendeu “aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso”. Segundo ele, isso permitiu que “um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”.
Veja a nota na íntegra
A assessoria jurídica da família da artista Marília Mendonça, através do seu advogado Dr. Robson Cunha, traz algumas ressalvas à conclusão do Inquérito Policial apresentado no dia de hoje.
Ainda ontem, havia sido solicitado ao Delegado que presidiu o Inquérito Policial, Dr. Ivan Sales, cópia integral dos autos, mas fora negado, alegando que no dia de hoje seria encaminhado ao poder judiciário. Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão.
Entretanto, acompanhando a coletiva de imprensa na qual foram apresentados pontos do Inquérito Policial pelo Dr. Ivan, percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente.
O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos “rasos” da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso.
Além disso, fica claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que este apenas aguardava a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final.
Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça.
– Assim que o Inquérito Policial for entregue ao poder judiciário, vamos tomar ciência e acompanhar junto ao Ministério Público a extensão dos trabalhos necessários para uma elucidação completa do caso, respondendo perguntas, como:
– Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales?
– Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada?
– A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?