Advogado suspeito de fraude em compra de remédio de R$ 2,4 mi para criança com câncer no PR

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Advogado contratado por família de criança com câncer é investigado por suspeita de fraude na compra de remédio de R$ 2,4 milhões no Paraná

Túlio Bandeira era advogado da família de Yasmin e entrou na Justiça contra Governo do Paraná pedindo compra de medicação que não é distribuída pelo SUS. Ele saiu do caso após empresa receber valor do remédio, mas não entregar medicação para menina.

Advogado é suspeito de desviar dinheiro da compra de remédio

A Polícia Civil do Paraná cumpriu mandados de busca e apreensão contra o advogado Túlio Bandeira. Ele é suspeito de desviar dinheiro público para a compra do medicamento Danyelza para a menina Yasmin, que faz tratamento contra um câncer, em Cascavel, no oeste do Paraná.

Túlio era advogado da família da menina. Foi ele que entrou com uma ação judicial contra o Governo do Paraná pedindo a compra emergencial do medicamento que custava mais de R$ 2,4 milhões, isso porque a medicação não é distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Na época, após decisão da Justiça, o Governo do Paraná depositou o valor milionário na conta de uma empresa, indicada por Túlio, e que seria responsável pela importação dos remédios. Contudo, apenas uma pequena parte da medicação foi entregue e de outra marca. Na sequência, Túlio deixou o caso.

Desde então, a Polícia Civil do Paraná apura o desvio dos recursos públicos. Segundo a delegada de Thais Zanatta, as provas colhidas até o momento, em operações anteriores, indicam que o advogado recebeu “recompensa” por ter conseguido liberar o valor milionário para a empresa que ele indicou.

Em julho do ano passado, o Governo do Paraná fez nova compra dos medicamentos para Yasmin, que ainda faz tratamento contra o câncer em Cascavel. Segundo a mãe, Daniele Campos, a menina está bem e em casa.

FILHOS DO ADVOGADO TAMBÉM FORAM ALVOS DA OPERAÇÃO

Além de Túlio, outros dois alvos da operação foram dois filhos dele que, segundo a polícia, são sócios de uma empresa que registrou a movimentação do dinheiro suspeito de desvio.

Um homem suspeito de ser o intermediário entre o advogado e o dono da empresa importadora também foi alvo da operação.

De acordo com a polícia, dois celulares foram apreendidos e serão periciados. A corporação também tenta o bloqueio de recursos para recuperar os valores desviados.

RELEMBRE O CASO

Yasmin enfrenta um neuroblastoma desde os cinco anos de idade. A doença voltou mesmo após cirurgias, sessões de quimioterapia e um transplante de medula.

A Justiça havia determinado o fornecimento do produto pelo Governo do Paraná porque ele não estava disponível na lista de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

O governo estadual afirmou que optou em repassar o dinheiro a empresa indicada pela família de Yasmin para fornecer a medicação importada da Índia.

Segundo a família da garota, o governo pagou o valor à empresa catarinense, mas não recebeu o produto.

A família relatou que, ao cobrar os advogados sobre notas fiscais e contato com a empresa importadora, não obtiveram retorno e, na sequência, os advogados deixaram o caso.

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