Advogados de Temer apresentarão defesa na quarta-feira

A defesa do presidente Michel Temer apresentará na quarta-feira os seus argumentos à comissão da Câmara dos Deputados que analisa a denúncia por corrupção contra ele, em uma tentativa de acelerar o processo que pode destituí-lo.

“Será uma defesa escrita e depois a sustentação oral”, afirmou à AFP Gustavo Bonini Guedes, um dos advogados do presidente.

Temer deixaria passar assim somente uma das 10 sessões que tem como prazo para se manifestar, na tentativa de acelerar o processo iniciado na segunda-feira passada, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o denunciou por corrupção passiva.

Temer é o primeiro presidente da História do Brasil a ser denunciado no exercício da função e seu futuro está nas mãos da Câmara, que deverá decidir se validará a denúncia para ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para isso, 342 dos 513 deputados, dois terços das cadeiras, têm que votar a favor do julgamento, algo que até agora parece improvável, já que o governo conta com uma folgada maioria na Câmara. Além disso, dezenas de deputados também são investigados por corrupção.

Mas antes de chegar ao plenário, a denúncia tem que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá no máximo cinco sessões para elaborar um relatório e votá-lo.

O parecer desta comissão formada por 66 deputados não é vinculante, e o caso deverá ser votado no plenário de qualquer forma.

Apesar da confiança no apoio da Câmara, Temer lançou uma ofensiva para assegurar pessoalmente o apoio do maior número de deputados.

Somente nesta terça-feira, o presidente receberá individualmente 22 legisladores, segundo a sua agenda oficial.

Na quinta-feira, Temer irá para a Alemanha para participar da cúpula do G20 de Hamburgo e retornará no sábado à noite.

As informações são da Agência AFP

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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